Chefe de grupo de extermínio na década
de 1980, Florisvaldo de Oliveira havia deixado a prisão há 34 dias; ele tinha
sido condenado a 120 anos de cadeia
Em 23 de setembro deste ano, Florisvaldo foi empossado pastor da Igreja Refúgio em Cristo, em Taubaté |
Trinta e quatro dias depois de sair da
prisão, o ex-policial militar Florisvaldo de Oliveira, o cabo Bruno, foi morto
a tiros no final da noite de quarta-feira, 26, na porta da casa onde morava, no
bairro Quadra Coberta, em Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, interior de SP.O
cabo ficou conhecido por liderar um grupo de extermínio na década de 1980 na
capital paulista e havia se tornado pastor evangélico ao sair da cadeia.
Cabo Bruno foi capa da Revista 'Afinal' de 20 de novembro de 1984
|
O crime ocorreu às 23h45. Acompanhado
de parentes, ele voltava de um culto em Aparecida, município vizinho, e foi
surpreendido pelos criminosos em frente à residência da família, na Rua Inácio
Henrique Moreira.
"Segundo testemunhas, eram dois
homens que chegaram a pé e atiraram somente contra ele (Florisvaldo). Não foi
anunciado assalto", afirmou o tenente Mário Tonini, da 2ª Companhia do 5º
Batalhão da Polícia Militar. "Havia um carro próximo ao local,
possivelmente utilizado pelos atiradores na fuga. Não temos pistas ainda sobre
a autoria. Provavelmente foi um crime de execução".
O cabo Bruno não chegou a ser
socorrido e morreu no local. Segundo a polícia, nada foi levado dele ou dos
familiares. A perícia esteve no local do crime e recolheu algumas cápsulas de
pistola ponto 40 - mesmo calibre utilizado pela Polícia Militar - e outras
calibre 380. Florisvaldo de Oliveira havia deixado a penitenciária Doutor José
Augusto César Salgado, a P-2, de Tremembé, no interior paulista, após cumprir
27 anos de prisão.
Ele será velado na Santa Casa de
Pindamonhangaba até as 16h. O enterro será na cidade de Catanduva, no cemitério
Nossa Senhora de Fátima, sem horário definido.
Os crimes
Ele foi condenado por participação em
mais de 50 assassinatos na década de 1980 na capital paulista, quando integrava
um grupo de extermínio. Nos anos de cárcere, converteu-se ao cristianismo,
tornou-se pastor evangélico e se casou com uma cantora gospel.
Condenado a 120 anos de prisão, o cabo
foi beneficiando com o indulto pleno da pena no dia 23 de agosto, por bom
comportamento. O assassinato foi registrado no Distrito Policial Central de
Pindamonhangaba, onde será investigado.
Cerimônia que o tornou pastor teve duração de 2h30 e contou com a participação de pastores, carcereiros do presídio e ex-detentos convertidos |
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