Procurador-geral Roberto Gurgel distribuiu nova petição no caso mensalão |
Pressionado
pelas sentenças e votos duros dos ministros do Supremo Tribunal Federal, o
ex-ministro José Dirceu vai apresentar uma nova defesa na próxima terça-feira.
A peça rebaterá "com tintas carregadas", segundo seu advogado, a
última petição de dez páginas distribuída pelo procurador-geral da República,
Roberto Gurgel, no último dia 16.
O
documento memorial será dirigido aos magistrados, que surpreenderam a defesa de
Dirceu quando flexibilizaram a necessidade da "materialidade de provas"
na hora de considerar os réus culpados. Será o terceiro memorial entregue aos
ministros. Advogado do ex-chefe da Casa Civil, José Luis de Oliveira Lima
afirma que não mudará em nada a linha de defesa do réu, até porque não se pode
apresentar nenhum fato novo pelo memorial. "A nova petição vai bater
pesado na última, apresentada por Gurgel", adiantou ele.
O
cerne do documento encaminhado ao Supremo pelo procurador-geral foi reiterar a
validade de depoimentos de testemunhas como provas para os crimes de formação
de quadrilha e corrupção ativa, dos quais Dirceu é acusado.
O
discurso de Gurgel tem se mostrado afinado até com o voto de magistrados que
eram incógnitas, como a ministra Rosa Weber. Mais nova ministra no STF,
indicada pela presidente Dilma Rousseff, ela patrocinou uma tese que repercutiu
na Corte: "Nos delitos de poder, quanto maior o poder ostentado pelo
criminoso, maior a facilidade de esconder o ilícito. Esquemas velados,
distribuição de documentos, aliciamento de testemunhas. Disso decorre a maior
elasticidade na admissão da prova de acusação", afirmou.
Irritação
Um
interlocutor próximo a Dirceu avalia que a sentença proferida ao ex-deputado
não chegou a surpreender. "A surpresa negativa foi a dureza dos votos, mas
teremos que esperar o desenrolar do julgamento para consolidar nossas
expectativas." Ele conta que Dirceu alterna momentos de calma e irritação.
"Menos pelo julgamento e mais por certas coisas que saem na imprensa,
porque ele lê tudo e vê o noticiário da TV".
Outra
pessoa próxima diz que o ex-chefe da Casa Civil ficou "muito triste com a
condenação de João Paulo, porque eles são amigos e também porque é muito
difícil para qualquer petista ver um ex-presidente da Câmara ser condenado.
"Não era um Zé Mané no partido". O mesmo companheiro afirma que
Dirceu continua sereno. "Mesmo caindo a tese de caixa dois, isso não tem
nada a ver com ele, não terá nenhum impacto no julgamento", apostou. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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