Inspiração para os
passeios no rio paulistano são os bateau mouche do Rio Sena, em Paris
São Paulo - Em três anos, o Rio Tietê terá passeios
de bateau mouche como os do Rio Sena, de Paris, segundo o governador Geraldo
Alckmin (PSDB). Na terça-feira (18), durante a apresentação de uma das 564
obras em andamento da terceira fase do Projeto Tietê, Alckmin disse que, com a
conclusão dessa etapa de despoluição, prevista para 2015, as águas do Tietê
estarão sem odor e já terão alguma vida aquática. Por isso, seria possível,
segundo ele, que o curso das águas se tornasse um novo ponto turístico da
cidade.
"Navegação
já tem. Você pode pegar um barco e ir da barragem da Penha até Santana de
Parnaíba (na Grande São Paulo) em razão da eclusa no Cebolão. O problema é
tirar o odor, é tratar esgoto", disse Alckmin. "Hoje, o odor é muito forte. Em 2015, já
estaremos sem odor e, aí, a gente pode ter um bateau mouche, pode ter turismo,
pode ter barco, e em poucos anos. O rio não estará oxigenado, mas já estará sem
odor. Um bateau mouche no bom sentido, claro", disse o governador,
referindo-se ao acidente do dia 31 de dezembro de 1988, quando a superlotação e
falhas na estrutura de uma embarcação causaram o naufrágio, minutos antes do
Réveillon, na entrada da Baía de Guanabara, no Rio. Dos 153 passageiros, 55
morreram.
Segundo Alckmin, seria possível navegar o Tietê entre
as Barragens de Pirapora do Bom Jesus e da Penha. Nesse ponto, deve ser
construída uma nova eclusa, informou o governador. O projeto executivo está na
Assembleia Legislativa.
Coleta
O Projeto Tietê, iniciado em 1992, entrou em sua
penúltima fase em 2009. A intenção é que ao fim dessa etapa a coleta de esgoto
na Região Metropolitana de São Paulo suba de 84% para 87% e o tratamento, de
70% para 84%. A capital, segundo Alckmin, atingiria o índice de 94% de coleta
de resíduos.
Alckmin anunciou na manhã de terça-feira (18) a
construção de uma tubulação de 2,2 quilômetros para evitar que o esgoto dos
coletores cheguem até o Rio Pinheiros. Trata-se de um interceptor - um tubo de
1,5 metro de diâmetro -, no qual todos os coletores de esgoto de ligações de 80
mil residências dos bairros de Vila Andrade, Panamby e Real Parque vão
desembocar.
Desse interceptor, uma ligação de 203 metros de
extensão deverá passar por baixo do Rio Pinheiros. Ao chegar à tubulação do
outro lado da margem, o esgoto será bombeado para percorrer mais 23 km, até a
Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em Barueri, na Grande São Paulo, que terá
a capacidade dobrada.
O custo da obra é de R$ 17,8 milhões. O valor de
todas as 564 obras da terceira fase que já estão em andamento - 45% do total da
etapa - é de US$ 1,8 bilhão. O restante das obras da terceira fase do projeto
ainda está em fase de licitação ou elaboração de projeto.
Regular
O governador lembrou também que lançou um programa
para contemplar famílias com renda abaixo de três salários mínimos. "Muitas vezes, nós investimos bilhões em rede
de esgoto, estações elevatórias, emissários e a pessoa não faz a ligação porque
não tem R$ 1.700 para a obra, pedreiro, material etc." Por meio do
projeto Se Liga na Rede, o valor será custeado 80% pelo governo do Estado e 20%
pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). As
informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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