A
ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber votou nesta segunda-feira
pela condenação do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), do publicitário Marcos
Valério, seus dois ex-sócios e do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique
Pizzolato por corrupção e peculato.
A
ministra seguiu em parte o voto do relator do processo do mensalão, Joaquim
Barbosa. Com isso, são dois votos pela condenação do deputado e um pela
absolvição, que foi colocado pelo revisor, ministro Ricardo Lewandowski. Oito
ministros ainda precisam votar. A leitura do voto dela sobre os casos levou
cerca de meia hora.
A
ministra seguiu entendimento de Barbosa, para quem o petista, então presidente
da Câmara, favoreceu a agência usada no valerioduto em contratos da Casa e
recebeu em troca uma propina de R$ 50 mil.
Rosa
Weber, no entanto, absolveu o deputado da segunda acusação de peculato,
relacionada à contratação feita por João Paulo Cunha, quando presidente da
Câmara (2003-2004), da empresa do jornalista Luis Costa Pinto.
A
acusação diz que houve desvio de dinheiro público, já que a empresa teria
prestado assessoria pessoal para ele.[
Ao comentar a conduta de João Paulo, a ministra disse que "quanto à corrupção passiva, não importa o destino dado ao dinheiro, se destino foi pessoal ou para dívidas de campanha, qualquer hipótese não deixa de ser vantagem indevida", disse.
Hoje
candidato à Prefeitura de Osasco, em 2003, quando era presidente da Câmara,
João Paulo mandou a mulher buscar R$ 50 mil em uma agência do Banco Rural,
segundo a denúncia.
O
dinheiro era de uma empresa do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado
pelo Ministério Público de distribuir dinheiro a políticos do PT e outros
partidos para garantir apoio no Congresso ao governo Lula.
Logo
depois do saque, a Câmara assinou um contrato de R$ 10 milhões com uma das
agências de propaganda de Marcos Valério.
Barbosa
votou, na semana passada, pela condenação de João Paulo pelos crimes de
corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Lewandowski rejeitou todas
estas acusações.
A
ministra deixou para analisar em outro momento a denúncia de lavagem de dinheiro
contra os réus. "Como a ocultação ou dissimulação da lavagem é nada mais
que um iceberg, a ponta de um esquema criminoso de proporções mais amplas,
penso que o exame das imputações do crime de lavagem há que ser deixado para um
segundo momento", disse.
BANCO DO BRASIL
No
caso do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, Rosa
Weber seguiu o relator e o revisor do processo e votou pela sua condenação.
Ela
acatou a condenação de Pizzolato por corrupção passiva e peculato. No Supremo,
quando não há divergência entre relator e revisor, a tradição é para que os
outros ministros sigam os votos.
Pizzolato
é acusado de desviar para Valério R$ 73 milhões do fundo Visanet, criado para
promover a bandeira de cartões Visa e controlado pelo BB com outros bancos. Os
repasses do Visanet são descritos pela acusação como a principal fonte do
dinheiro do mensalão.
A
ministra também seguiu os votos em relação a Valério e seus dois ex-sócios,
Cristiano Paz e Ramon Hollerbach. Os ministros votaram pela condenação dos réus
por corrupção ativa e peculato.
Com
relação ao ex-ministro Luiz Gushiken, acusado de determinar os repasses
autorizados por Pizzolato, os três ministros votaram pela absolvição, seguindo
o que o próprio Ministério Público indicou em suas alegações finais.
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