Teste mostra que sacolas não se
decompõem em 180 dias.
Plástico comum, oxibiodegradável e
biodegradável foram enterrados.
No sentido horário, sacolas após o
teste: comum; biodegradável do Brasil; oxibiodegradável; biodegradável da
Europa. (Foto: Arte/G1)
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Com a proibição da
utilização das sacolas plásticas comuns nos supermercados, o consumidor só
encontra o modelo biodegradável e, na maioria das cidades, precisa pagar por
elas. A mudança tem o objetivo de preservar o meio-ambiente, mas um teste feito
no Espírito Santo com três modelos diferentes de sacolas plásticas mostrou que
a biodegradável não se decompõe em 180 dias, como promete. A Associação
Capixaba de Supermercados (Acaps) destacou que os estabelecimentos têm cumprido
a exigência e comprado sacolas compostáveis, com certificação nacional e
internacional. O supermercado não tem como contestar, já que compra com base na
certificação. As sacolas compostáveis são cobradas em Vitória, Serra e Cariacica,
na região Metropolitana do estado.
O Ministério Público
Estadual (MP-ES) informou que vai investigar a diferença entre a decomposição
da sacola brasileira e a europeia. "Está sendo encaminhado o ofício ao
Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (Procon) para que faça a coleta
de sacolas biodegradáveis de 10 estabelecimentos diversos, a fim de que elas
sejam submetidas à perícia", afirmou a promotora de Justiça Sandra
Lengruber. Ela disse, ainda, que a análise vai constatar se o objeto realmente
suporta o peso informado.
No dia 20 de janeiro,
a reportagem da TV Gazeta, acompanhada do professor de ecologia da Universidade
Federal do Espírito Santo (Ufes), Luiz Fernando Schettino, enterrou
uma sacola de plástico comum, uma oxibiodegradável e uma biodegradável - cuja
embalagem informava que o conteúdo orgânico se transformaria em húmus, água e
gás carbônico em até 180 dias -, cada uma em um vaso separado e identificado.
Uma sacolinha biodegradável que é utilizada na Europa também foi enterrada em
outro vaso. Elas ficaram expostas à ação do tempo, ao sol e à chuva.
Nesta terça-feira
(31), as sacolas foram desenterradas. A sacola de plástico comum estava
exatamente do mesmo jeito como foi enterrada há seis meses. A sacola
oxibiodegradável também estava da mesma forma. Segundo o professor, esse modelo
não é o mais indicado, porque também é de plástico. A diferença é que tem um
aditivo e, em pouco mais de um ano, ela se quebra em pequenos pedaços, mas não
se decompõe totalmente no solo.
A sacola biodegradável
do Brasil também não se decompôs, continuava igual há seis meses. "Para
mim é uma surpresa e uma preocupação. É necessário que os órgãos que cuidam
desse material recolham amostras para certificar se realmente é biodegradável e
feita de material orgânico", afirma o professor Luiz Fernando Schettino.
A sacola biodegradável
da Europa também não estava totalmente decomposta, mas já estava bem mais
diluída no solo do que a sacola brasileira. "A biodegradável do Brasil, na
verdade, quase não se decompôs, enquanto que essa já não tem nem mais formato
de sacola. Esse resultado é um sinal de alerta para a necessidade de
averiguação dos órgãos adequados de amostras para ver se o que se chama de
biodegradável hoje é de fato biodegradável", diz o professor.
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