Na primeira parte do
oitavo dia de julgamento do processo do mensalão, o nome do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva voltou a ser mencionado por um dos advogados de defesa.
Para Luiz Fernando Corrêa Barbosa, advogado de Roberto Jefferson, o
ex-presidente não só sabia do esquema, como tinha como seus executivos
três ministros. Segundo ele, o procurador-geral se omitiu ao não denunciar
Lula.
A sessão teve início
com a sustentação do advogado de Carlos Rodrigues, o Bispo Rodrigues (ex-PL,
atual PR-RJ) com Bruno Alves Pereira de Mascarenhas Braga. Segundo a sua
argumentação, o parlamentar assumiu o recebimento de R$ 150 mil para pagamento
de dívida de campanha, fruto de um acordo entre PL e PT a mando de Valdemar da Costa
Neto. “A acusação contra Carlos Rodrigues usa só esse recebimento desses
valores como prova para os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A
acusação não apontou um ato de ofício“.
Roberto Jefferson teve
a sua defesa proferida em segundo lugar no dia. Logo no começo, Luiz Francisco
Corrêa Barbosa criticou a acusação. “Pretendo demonstrar que a Ação Penal 470
se revelou açodada e incompleta e por isso, improcedente e intimidatória”.
Roberto Jefferson, continuou a sua defesa, “como líder de governo, percebeu um
esquema de pagamento de parlamentares e contou imediatamente a Lula”. Nesse
ponto, o advogado afirmou que o procurador-geral cometeu crime ao não denunciar
Lula.
Barbosa se pautou em
uma lei eleitoral para dizer que os R$ 4 milhões recebidos por Jefferson das
mãos de Marcos Valério eram legais. “A transferência de recursos entre partidos
é autorizada por lei”. E, como as outras defesas, creditou o PT pela lavagem de
dinheiro. “Não se sabia de onde vinha o dinheiro. O PT dizia que era proveniente
de empréstimos”. “O presidente então não só sabia como ordenou o
desencadeamento de tudo o que essa ação penal discute. Sim, ordenou. Aqueles
ministros eram executivos”.
O terceiro a ocupar a
tribuna foi Itapuã Prestes de Messias em nome de Emerson Palmieri, então
primeiro secretário do PTB. Palmeri, que teria recebido R$ 4 milhões do esquema
para o PTB e teria ajudado na formalização do acordo em que o PT teria
prometido R$ 20 milhões a sigla. De acordo com seu advogado, Palmeri apenas
cumpria ordens. “O que aconteceu nesse processo foi uma tentativa de vinculação
de Emerson Palmieri a Roberto Jefferson”, disse Messias. De acordo com ele, a
estratégia usada na época era desmoralizar e desetruturar Palmieri para atingir
Jefferson.
Messias chegou a ser
irônico ao dirigir suas críticas ao procurador-geral da
República. “Não resta dúvida em relação ao seu caráter. O que a
defesa faz aqui não é em relação a Vossa Excelência. Não é em relação ao senhor
, que tem uma aparência leve e lembra até o Jô Soares”.
Depois da pausa, tomou
a tribuna Ronaldo Garcia Dias, advogado de Romeu Queiroz, atual deputado pelo
PSB. A acusação é que ele teria recebido R$ 102 mil. Sua defesa confirmou o
recebimento do valor e culpou o PT pela suposta lavagem de dinheiro. “O
dinheiro tinha uma aparência sadia. Alguém já disse aqui que o PT não época não
era o PT de hoje”. Dias ainda abordou o dinheiro doado pela Usiminas que, de
acordo com ele, quis fazer a doação. “Não diga que R$ 102 mil reais tenham vindo
dessa origem. Foi o rito de passagem que a Usiminas usou para fazer a conexão (contribuição)”.
Por último falou a
defesa de José Borba (PMDB-PR). O advogado Inocêncio Mártires Coelho pediu a
absolvição do seu clientee argumentou que o Ministério Público cometeu
“inúmeros equívocos” durante a instrução da ação em curso no Supremo Tribunal
Federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi