Advogados
de réus do mensalão prepararam uma petição contra o método de julgamento do
processo. Eles vão apresentá-la no início desta tarde (20) ao Supremo Tribunal
Federal (STF). A principal crítica dos defensores é contra o modelo de votação
fatiada proposto pelo relator Joaquim Barbosa, que foi acatado pela Corte na
última quinta-feira (16).
Declarando
“perplexidade” diante da "obscura ordem estabelecida para o
julgamento", os advogados pedem que os ministros expliquem, de forma
clara, o rito que será adotado nas próximas sessões plenárias. Eles querem
saber qual será a ordem de votação, o roteiro a ser seguido e o momento de
votação do cálculo de penas.
“A
vingar a metodologia proposta pelo eminente relator, teremos mais um fato
excepcional e inaudito em nossa história judiciária, em que juízes votam pela
condenação, sem dizer a quê e a quanto”, justificam os defensores. Eles ainda
classificam de “aberração” a possibilidade de o ministro Cezar Peluso se
aposentar no meio do julgamento, dando um “voto amputado”.
Os
advogados também pedem que Barbosa disponibilize seus votos parciais ao longo
do julgamento, no momento anterior à leitura, assim como é feito em relação ao
procurador-geral da República.
Para
o advogado Alberto Toron, que representa o deputado federal João Paulo Cunha, a
votação fatiada é prejudicial porque, ao dar a sentença de determinado réu, a
Corte, obrigatoriamente, vai se posicionar em relação aos outros. “Se o meu
cliente for condenado por lavagem de dinheiro, isso vai adiantar o
posicionamento em relação aos réus do Banco Rural”, exemplificou.
O
advogado José Carlos Dias, que representa a ex-presidenta do Banco Rural Kátia
Rabello, disse que a petição será apresentada ao presidente do STF, Carlos
Ayres Britto, logo no início do julgamento, e que o assunto deve ser analisado
no início da sessão de hoje.
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