A proposta, que revoga
o Estatuto do Desarmamento, já causa polêmica.
A Câmara analisa o
Projeto de Lei 3722/12, do deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC), que
regulamenta a aquisição e circulação de armas de fogo e munições no País. A
proposta revoga o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03), que restringe a comercialização de armas e
proíbe o porte, com exceções, e pretende instituir o “Estatuto da
Regulamentação das Armas de Fogo”.
"Estatuto do
Desarmamento não
reduziu a criminalidade" Mendonça.
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“Hoje a regra é
praticamente a proibição da posse e do porte de armas; pelo meu projeto de lei,
a regra passa ser a permissão”, explica o autor. “O cidadão de bem tem o
direito de ter sua arma para se defender mediante critérios técnicos bem
definidos, por exemplo, o exame psicotécnico”, argumenta.
Pela proposta, para
comprar uma arma de fogo, o interessado deverá ter no mínimo 21 anos e deverá
apresentar documento de identidade, Cadastro de Pessoas Físicas (CPF),
comprovantes de residência e de ocupação lícita. Ele não poderá possuir
antecedentes criminais ou estar sendo investigado em inquérito policial por
crime doloso contra a vida ou mediante qualquer forma de violência. Ele deverá
ainda ter feito curso básico de manuseio de arma e iniciação ao tiro. Além
disso, deverá estar em pleno gozo das faculdades mentais, comprovado por
atestado expedido por profissional habilitado.
Rogério Mendonça
afirma que o projeto atende ao referendo de 2005, quando 60 milhões de
eleitores, ou seja, mais de 60% deles, rejeitaram a ideia de se extinguir o
comércio de armas e munições no Brasil. Segundo ele, com o Estatuto do
Desarmamento, houve redução drástica no número de estabelecimentos no País que
vendem armas – de cerca de 2.400 existentes em 2000 passou-se para cerca de 200
–, mas isso não contribuiu para a redução da criminalidade. “Em 20 dos 27
estados da Federação houve aumento da criminalidade”, aponta.
O Ministério da
Justiça informa, porém, que após a primeira Campanha de Desarmamento, em 2004,
o número de mortes por armas de fogo caiu 11%. O governo é contrário à proposta.
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