sexta-feira, 13 de julho de 2012

Ministério Público quer barrar Luiz Paulo, Luciano Rezende, Max Filho e Marcelo Santos



Ministério Público Eleitoral (MPE) pretende barrar as candidaturas de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) e Luciano Rezende (PPS) à Prefeitura de Vitória. A impugnação é baseada nas contas referentes ao exercício de 2003, consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado (TCES). Na época, eles ocupavam, respectivamente, os cargos de prefeito e de secretário municipal de Saúde.

Luiz Paulo, segundo a ação do MPE, não aplicou na Saúde percentual mínimo de recursos exigido pela legislação e desconsiderou dispositivos legais em licitações e contratos. Um dos casos citados é a contratação de uma empresa que não era do ramo para fazer a segurança no desfile das escolas de samba.

"Pela gravidade dos fatos narrados nos relatórios, não se pode admitir que o pagamento de multa de valor irrisório seja capaz de restabelecer a moralidade, probidade e danos provocados ao erário", sustenta a promotora eleitoral Arlinda Barros Monjardim.


Análise técnica do Tribunal de Contas também verificou irregularidades na contratação de agentes de saúde para o Programa Saúde da Família e de agentes para vigilância ambiental. A contratação se deu por meio de convênios, e não por concursos públicos. Essas irregularidades afetaram o então secretário de Saúde, Luciano Rezende.
Na época, a administração pública alegou como "não viável" a realização de concursos. Para o MPE, tratou-se de descumprimento constitucional. "Não podemos admitir de modo algum que as atividades-fim do Estado sejam terceirizadas", frisou o Ministério Público Eleitoral na ação de impugnação.
O deputado estadual Luciano Rezende (PPS) frisou não responder a nenhum processo. "Desconheço qualquer problema com relação a qualquer conta, não respondo a nenhum questionamento. Não tenho nenhuma informação até o momento", defendeu-se Luciano.
Luiz Paulo

Coordenador jurídico da campanha de Luiz Paulo, o advogado Marcellus Ferreira Pinto acredita que há uma orientação generalizada para que os promotores façam impugnação de todos os candidatos citados na lista do Ministério Público de Contas divulgada no final de junho.

Ele afirma que a promotoria citou como fundamento na ação de impugnação da candidatura questões que já foram apreciadas pelo Poder Judiciário e que possuem decisões favoráveis a Luiz Paulo, uma delas com trânsito em julgado.

"Nós vamos apresentar a defesa, porque não compete à Justiça Eleitoral reapreciar questões que já foram exaustivamente apreciadas pelo Tribunal de Contas e pelo Judiciário estadual", disse.
Agora, cabe aos juízes eleitorais avaliar se as irregularidades apontadas pela promotoria eleitoral são insanáveis. Se eles assim entenderem, as candidaturas serão indeferidas.
Vila Velha e Cariacica
O Ministério Público Eleitoral (MPE) também pediu a impugnação do registro das candidaturas do ex-prefeito Max Filho (PSDB), candidato em Vila Velha, e do deputado estadual Marcelo Santos (PMDB), que disputa a prefeitura em Cariacica.

Ao contestar a candidatura do ex-prefeito, o MPE destacou que ele teve contas rejeitadas nos anos de 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008 pelo Tribunal de Contas. Entre as irregularidades está a divergência entre valores contabilizados como recebidos pelos entes municipais e pagos pela prefeitura.
Max Filho alegou que a competência para julgar as contas de prefeito é da Câmara Municipal. Segundo ele, todas as contas julgadas pela Câmara foram aprovadas.

No caso de Marcelo Santos, o MPE afirmou que ele teve contas reprovadas pelo TCES por dispensar a licitação do concurso público de 2006, quando era o 1º Secretário da Mesa Diretora da Assembleia.

O deputado disse que o MPE está equivocado. "Eu tenho uma certidão negativa emitida pelo TCES confirmando que não há qualquer irregularidade da minha parte".

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