Um dia após
a divulgação da existência de supersalários aos presos durante a “Operação Lee
Oswald” na folha salarial da prefeitura de Presidente Kennedy, a gestão
interina no município anunciou a suspensão dos pagamentos dos ex-servidores. De
acordo com informações repassadas pela prefeitura, todos os valores devidos aos
acusados de fraudes em licitações ficarão retidos até segunda ordem. Também foi
anunciado o andamento das sindicâncias contra os servidores efetivos flagrados
na operação.
De acordo
com a prefeitura, os pagamentos da folha do mês de abril estão sofrendo um
atraso por conta da reavaliação pela equipe do prefeito interino, Jardecir de
Oliveira Terra (PMDB), vereador mais antigo do Legislativo municipal. No caso
dos citados no inquérito policial, como o ex-procurador-geral Constâncio Borges
Brandão, apontado como um dos chefes da quadrilha, e do ex-pregoeiro do
município Jovane Cabral Costa, que constam na folha com salários somados de
cerca R$ 110 mil, a retenção dos pagamentos foi iniciativa do próprio
Executivo.
O secretário de Comunicação da prefeitura, Ewerton Amaro Corrêa, confirmou os
dados revelados no relatório da folha de pagamento do município – divulgado com
exclusividade pela reportagem deste Século Diário. Consta nos documentos a
presença de várias vantagens econômicas aos envolvidos, assim com os valores
referentes à rescisão dos vínculos trabalhistas de Constâncio Brandão e Jovane
Costa, exonerados logo após a prisão da dupla e mais 26 pessoas durante a
operação policial.
O ex-procurador Constâncio Brandão, apontado como o organizador das
irregularidades, tem a receber no mês de abril um total de R$ 92.616,70. Após
os descontos legais, o ex-procurador, que se dividia entre as funções em
Kennedy e o escritório de advocacia mantido em Vitória, como apontaram as
interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal, vai embolsar R$
87.932,57, de forma líquida.
No caso do ex-pregoeiro do município, o valor bruto do contracheque foi de R$
29.837,68, porém, o total líquido acabou sendo de R$ 20.160,93 – descontado um
empréstimo consignado junto ao Banestes no valor de R$ 8.640,39. Constam também
na relação os nomes de outras duas servidoras municipais presas durante a
operação: Charlene Carvalho Sechim e Maria Andressa Fonseca Silva, integrantes
da comissão licitante. Registradas como auxiliares administrativas, a dupla
recebia quase R$ 4 mil mensais líquidos.
Sobre a apuração das condutas dos servidores efetivos, constantes ainda na
folha salarial do município, a gestão interina em Kennedy comunicou o andamento
do processo de sindicância aberto no início deste mês. O caso já está sob
análise da comissão de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), que vai
se manifestar sobre a conduta de todos os servidores que figuram no inquérito
policial. Caso da ex-secretária Geovana Quinta Costalonga, sobrinha do prefeito
afastado Reginaldo Quinta (PTB), também preso, que é concursada. Nerter Samora |
Foto: Luciana Máximo
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