quinta-feira, 14 de junho de 2012

Prefeitura anuncia suspensão de pagamentos a acusados de corrupção em Presidente Kennedy


Um dia após a divulgação da existência de supersalários aos presos durante a “Operação Lee Oswald” na folha salarial da prefeitura de Presidente Kennedy, a gestão interina no município anunciou a suspensão dos pagamentos dos ex-servidores. De acordo com informações repassadas pela prefeitura, todos os valores devidos aos acusados de fraudes em licitações ficarão retidos até segunda ordem. Também foi anunciado o andamento das sindicâncias contra os servidores efetivos flagrados na operação.
De acordo com a prefeitura, os pagamentos da folha do mês de abril estão sofrendo um atraso por conta da reavaliação pela equipe do prefeito interino, Jardecir de Oliveira Terra (PMDB), vereador mais antigo do Legislativo municipal. No caso dos citados no inquérito policial, como o ex-procurador-geral Constâncio Borges Brandão, apontado como um dos chefes da quadrilha, e do ex-pregoeiro do município Jovane Cabral Costa, que constam na folha com salários somados de cerca R$ 110 mil, a retenção dos pagamentos foi iniciativa do próprio Executivo.

O secretário de Comunicação da prefeitura, Ewerton Amaro Corrêa, confirmou os dados revelados no relatório da folha de pagamento do município – divulgado com exclusividade pela reportagem deste Século Diário. Consta nos documentos a presença de várias vantagens econômicas aos envolvidos, assim com os valores referentes à rescisão dos vínculos trabalhistas de Constâncio Brandão e Jovane Costa,  exonerados logo após a prisão da dupla e mais 26 pessoas durante a operação policial.

O ex-procurador Constâncio Brandão, apontado como o organizador das irregularidades, tem a receber no mês de abril um total de R$ 92.616,70. Após os descontos legais, o ex-procurador, que se dividia entre as funções em Kennedy e o escritório de advocacia mantido em Vitória, como apontaram as interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal, vai embolsar R$ 87.932,57, de forma líquida.

No caso do ex-pregoeiro do município, o valor bruto do contracheque foi de R$ 29.837,68, porém, o total líquido acabou sendo de R$ 20.160,93 – descontado um empréstimo consignado junto ao Banestes no valor de R$ 8.640,39. Constam também na relação os nomes de outras duas servidoras municipais presas durante a operação: Charlene Carvalho Sechim e Maria Andressa Fonseca Silva, integrantes da comissão licitante. Registradas como auxiliares administrativas, a dupla recebia quase R$ 4 mil mensais líquidos.

Sobre a apuração das condutas dos servidores efetivos, constantes ainda na folha salarial do município, a gestão interina em Kennedy comunicou o andamento do processo de sindicância aberto no início deste mês. O caso já está sob análise da comissão de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), que vai se manifestar sobre a conduta de todos os servidores que figuram no inquérito policial. Caso da ex-secretária Geovana Quinta Costalonga, sobrinha do prefeito afastado Reginaldo Quinta (PTB), também preso, que é concursada. Nerter Samora | Foto: Luciana Máximo 

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Dag Vulpi

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