Em uma decisão polêmica e surpreendente, os chefes de Estado do
Mercosul, reunidos em Mendoza, na Argentina, aprovaram, de comum acordo, na
tarde desta sexta-feira, a admissão da Venezuela como membro-pleno do bloco. O
anúncio vem acompanhado da manutenção da suspensão do Paraguai do organismo em
razão da desaprovação do processo de destituição de Fernando Lugo.
"A República Bolivariana da Venezuela será incorporada como
membro pleno do Mercosul", anunciou a presidente da Argentina, Cristina
Kirchner. A decisão da entrada da Venezuela é polêmica por ocorrer exatamente
no momento em que o Paraguai - cujo Congresso vinha barrando a candidatura de
Caracas - é mantido suspenso do bloco, ainda que, conforme o esperado, nenhuma
sanção econômica tenha sido adotada.
"Adotamos de pleno acordo esta decisão", falou Kirchner
sobre a Venezuela. "É uma grande honra, mas também uma grande
oportunidade, pois estamos convocando toda a região à necessidade de uma união
maior, uma união mais ampliada, que nos permita enfrentar uma crise, e, como
todos nós assinalamos, produzida nos países ricos e que igualmente vai impactar
sobre nossa economia". O ingresso deve ocorrer oficialmente no dia 31 de
julho, no Rio de Janeiro.
A decisão sobre o Paraguai foi dada pelo chanceler argentino, Héctor
Timerman, que considerou, com base no Protocolo de Ushuaia, que "a plena
vigência das instituições democráticas é condição necessária para o
desenvolvimento do processo de integração. (...) Toda ruptura da ordem
democrática constitui um obstáculo inaceitável para a continuidade do processo
de integação."
Na prática, a suspensão retira o direito à participação de reunião e
ao voto do Paraguai até a restauração da ordem democrática, a se dar com as
eleições presidenciais marcadas para abril de 2013. A decisão, disse Timerman,
é "suspender a república do Paraguai do direito a participar dos órgãos do
Mercosul e das deliberações nos termos do artigos 5 do Protocolo de Ushuaia.
Tal suspensão não diminui não diminui o compromisso com o bem estar e o
desenvolvimento do Paraguai nem deve produzir prejuízo algum ao povo
paraguaio."
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