Brasília - O advogado Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do
governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, disse hoje (28) que não recebeu
dinheiro da empresa Delta Construções em sua campanha para deputado distrital
em 2010. No entanto, disse que “até gostaria” de ter recebido recursos da
empresa.
"Em uma campanha política só não vale perder. Se tivesse
recebido, teria aceitado os cheques, depositado nas contas e prestado contas ao
Tribunal Superior Eleitoral", disse.
A empresa Delta é investigada pela Polícia Federal sob a suspeita de
integrar o esquema atribuído ao empresário goiano Carlos Augusto de Almeida
Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O empresário está preso desde o dia 28 de
fevereiro, quando foi deflagrada a Operação Monte Carlo.
Monteiro, que foi candidato pelo PRP, não se elegeu. Ele recebeu 3,1
mil votos. Ele justificou que, na época da campanha, não tinha conhecimento das
acusações contra Cachoeira e contra a Delta. "Sem demagogia, se quisessem
me doar, eu teria aceitado. Se o laboratório quisesse me doar eu teria
recebido, porque só agora é que as acusações vieram à tona", disse Monteiro,
referindo-se à empresa do ramo farmacêutico de propriedade de Carlinhos
Cachoeira.
Além de lamentar a falta de recursos para a campanha, ele também
lamentou a ausência do governador Agnelo em seu palanque, apesar da relação de
amizade que ele disse ter com o governador do DF. "Meus contatos com
Agnelo foram no sentido de trazer o senhor governador para minha campanha,
mesmo assim foi difícil. Ele esteve na minha campanha só duas vezes."
Monteiro foi convocado devido à suspeita de que ele fazia a ligação do
governo de Agnelo com o grupo de Cachoeira. Ele negou a ligação e tentou
convencer os deputados e senadores da comissão de que não há uma relação de
"causa e efeito" que, em sua avaliação, seriam fundamentais para
condená-lo.
"Não recebi dinheiro da empresa Delta, não recebi dinheiro do
senhor Cachoeira. Não existe a relação de causa e efeito. O senhor Cachoeira
não foi beneficiado, a empresa Delta não foi beneficiada", destacou.
Ele compareceu para depor amparado por um habeas corpus concedido
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que garantia seu direito ao silêncio. No
entanto, Monteiro decidiu falar em sua defesa. Por Luciana Lima | Via Agência
Brasil
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