domingo, 11 de setembro de 2011

Coisas da Política parte I

O Sexo e o Verde
A irritação da senadora Marta Suplicy com a cúpula do PT (leia-se José Dirceu)  e com o ex-presidente Lula  é tão furiosa que  e ela tem demonstrado isso com tanta intensidade nos círculos mais íntimos, ou nem tanto, que a ex ministra Marina Silva  já sonha em tê-la como companheira na  sua empreitada  para a construção de um novo partido.
Marta é líder absoluta de todas as pesquisas entre os possíveis candidatos à prefeitura de São Paulo. Por isso, embora  seja  também a campeã  das rejeições, ela não consegue ou não quer entender a estratégia de Lula (finalmente aceita  pela principais  lideranças  do partido) no sentido de “sacrificar” a prefeitura  paulistana, em troca do apoio do PMDB a uma candidatura petista ao governo do Estado em 2014.
Pelo projeto lulista, o PT apresentaria agora  a candidatura do novato e inviável Fernando Haddad, ministro da Educação.  Como há possibilidades concretas de que o PMDB  do vice Michel Temer chegue ao segundo turno através de Gabriel Chalita, este, em recente reunião com Lula, comprometeu-se a apoiar um candidato do PT ao governo do Estado em 2014. Desde que, é claro, seja apoiado agora.
E nessa estratégia está embutida, também  a manutenção da governabilidade de Dilma Rousseff,  o que passa por uma aliança solida e leal com o PMDB.
Marta irritou-se tanto com este “maquiavelismo barato” de Lula  que chegou a denunciá-lo  há duas semanas quando disse que e “se é para perder”, a candidatura de Haddad é uma  a melhor escolha”.
As quatro Marias
Por seu turno, a ex-ministra  Marina Silva, passa por um mau momento político. Há dois meses, ela abandonou o Partido Verde, decepcionada com  o fisiologismo e  o baixo nível de sua direção. Mas está começando a perceber que sua surpreendente  votação na campanha presidencial no ano passado foi conseqüência de  “um estado de espírito do eleitorado”, algo impalpável e difícil de ser transformado  em máquina partidária.
Daí a necessidade de  alianças, sobretudo à esquerda, para  que seu movimento (ou novo partido) que mistura  ecologia com ética política não caia  no vazio do simples moralismo  pequeno burguês,  desarticulado.
Daí seu namoro com  Heloisa Helena, atualmente sem mandato, além de  contestada e isolada  no PSOL, partido que ela fundou. E vai no mesmo sentido  o flerte da candidata verde com a ex-prefeita  paulistana, Luiza Erundina que não vê a hora de abandonar o Partido Socialista, dominado, hoje em São Paulo, pelo presidente da FIESP,  o inacreditável Paulo Skaf que só não é completamente ridículo, porque é multimilionário.
E daí a tentativa de aproximação, super discreta, com Marta Suplicy.  A dIvulgação, agora, de um acordo entre ambas, sepultaria definitivamente a candidatura da sexóloga.
Como curiosidade, vale lembrar que os  principais casos de defecção  na história do PT, foram liderados por  mulheres.
As duas matérias abaixo dão sequeência ao raciocínio desta.
 28-08-11
Dilma, em sintonia com Lula, também estimula Chalita
Há dois dias comentamos nesse blog e  demos  alguns detalhes do encontro entre o ex-presidente Lula e o deputado Gabriel Chalita (PMDB), candidato à prefeitura de São Paulo, no próximo ano (ver matéria logo abaixo desta).
E ficou claro, então, que o projeto de Lula é o de facilitar a eleição do pmedebista, agora em  2012, para garantir o apoio do seu partido a um candidato PT, ao governo do Estado  em 2014.
Ontem, a estratégia se confirmou com a informação de que a presidenta Dilma, em sintonia com Lula, também estimulou Chalita a sair candidato à prefeitura  paulistana. Foi  durante o jantar de confraternização entre a presidenta e  as principais lideranças do PMDB, oferecido pelo vice-presidente Michel Temer, há cinco dias.
Os candidatos potenciais do PT à prefeitura, principalmente Marta Suplicy, bem como boa parte da militância, relutam em aceitar ou mesmo acreditar neste fato consumado.
Mas é um fato consumado, porque, mais além da prefeitura de São Paulo e mesmo do governo do Estado, o que está em jogo e a estabilidade do Governo Dilma, a famosa governabilidade. Sem um acordo com O PMDB, na verdade um pacto que não dê margem a dúvidas e suspeitas, Dilma terá enormes dificuldades para governar.
 E a situação é tanto mais complicada, quando se sabe que, por razões externas, o País terá um crescimento  medíocre  até 2014. Os excepcionais  7,8% do ano passado  não se repetirão. Tanto Dilma quanto  o ministro da Fazenda, Guido Mantega,  acreditam que a média  anual de crescimento  ficará entre 3 e 4%.
Por Francisco Barreira http://fatosnovosnovasideias.wordpress.com/coisasdapolitica/

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