O Sexo e o Verde
A irritação da senadora Marta Suplicy com a cúpula do PT (leia-se José Dirceu) e com o ex-presidente Lula é tão furiosa que e ela tem demonstrado isso com tanta intensidade nos círculos mais íntimos, ou nem tanto, que a ex ministra Marina Silva já sonha em tê-la como companheira na sua empreitada para a construção de um novo partido.
Marta é líder absoluta de todas as pesquisas entre os possíveis candidatos à prefeitura de São Paulo. Por isso, embora seja também a campeã das rejeições, ela não consegue ou não quer entender a estratégia de Lula (finalmente aceita pela principais lideranças do partido) no sentido de “sacrificar” a prefeitura paulistana, em troca do apoio do PMDB a uma candidatura petista ao governo do Estado em 2014.
Pelo projeto lulista, o PT apresentaria agora a candidatura do novato e inviável Fernando Haddad, ministro da Educação. Como há possibilidades concretas de que o PMDB do vice Michel Temer chegue ao segundo turno através de Gabriel Chalita, este, em recente reunião com Lula, comprometeu-se a apoiar um candidato do PT ao governo do Estado em 2014. Desde que, é claro, seja apoiado agora.
E nessa estratégia está embutida, também a manutenção da governabilidade de Dilma Rousseff, o que passa por uma aliança solida e leal com o PMDB.
Marta irritou-se tanto com este “maquiavelismo barato” de Lula que chegou a denunciá-lo há duas semanas quando disse que e “se é para perder”, a candidatura de Haddad é uma a melhor escolha”.
As quatro Marias
Por seu turno, a ex-ministra Marina Silva, passa por um mau momento político. Há dois meses, ela abandonou o Partido Verde, decepcionada com o fisiologismo e o baixo nível de sua direção. Mas está começando a perceber que sua surpreendente votação na campanha presidencial no ano passado foi conseqüência de “um estado de espírito do eleitorado”, algo impalpável e difícil de ser transformado em máquina partidária.
Daí a necessidade de alianças, sobretudo à esquerda, para que seu movimento (ou novo partido) que mistura ecologia com ética política não caia no vazio do simples moralismo pequeno burguês, desarticulado.
Daí seu namoro com Heloisa Helena, atualmente sem mandato, além de contestada e isolada no PSOL, partido que ela fundou. E vai no mesmo sentido o flerte da candidata verde com a ex-prefeita paulistana, Luiza Erundina que não vê a hora de abandonar o Partido Socialista, dominado, hoje em São Paulo, pelo presidente da FIESP, o inacreditável Paulo Skaf que só não é completamente ridículo, porque é multimilionário.
E daí a tentativa de aproximação, super discreta, com Marta Suplicy. A dIvulgação, agora, de um acordo entre ambas, sepultaria definitivamente a candidatura da sexóloga.
Como curiosidade, vale lembrar que os principais casos de defecção na história do PT, foram liderados por mulheres.
As duas matérias abaixo dão sequeência ao raciocínio desta.
28-08-11Dilma, em sintonia com Lula, também estimula Chalita
Há dois dias comentamos nesse blog e demos alguns detalhes do encontro entre o ex-presidente Lula e o deputado Gabriel Chalita (PMDB), candidato à prefeitura de São Paulo, no próximo ano (ver matéria logo abaixo desta).
E ficou claro, então, que o projeto de Lula é o de facilitar a eleição do pmedebista, agora em 2012, para garantir o apoio do seu partido a um candidato PT, ao governo do Estado em 2014.
Ontem, a estratégia se confirmou com a informação de que a presidenta Dilma, em sintonia com Lula, também estimulou Chalita a sair candidato à prefeitura paulistana. Foi durante o jantar de confraternização entre a presidenta e as principais lideranças do PMDB, oferecido pelo vice-presidente Michel Temer, há cinco dias.
Os candidatos potenciais do PT à prefeitura, principalmente Marta Suplicy, bem como boa parte da militância, relutam em aceitar ou mesmo acreditar neste fato consumado.
Os candidatos potenciais do PT à prefeitura, principalmente Marta Suplicy, bem como boa parte da militância, relutam em aceitar ou mesmo acreditar neste fato consumado.
Mas é um fato consumado, porque, mais além da prefeitura de São Paulo e mesmo do governo do Estado, o que está em jogo e a estabilidade do Governo Dilma, a famosa governabilidade. Sem um acordo com O PMDB, na verdade um pacto que não dê margem a dúvidas e suspeitas, Dilma terá enormes dificuldades para governar.
E a situação é tanto mais complicada, quando se sabe que, por razões externas, o País terá um crescimento medíocre até 2014. Os excepcionais 7,8% do ano passado não se repetirão. Tanto Dilma quanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acreditam que a média anual de crescimento ficará entre 3 e 4%.
Por Francisco Barreira http://fatosnovosnovasideias.wordpress.com/coisasdapolitica/
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