Essas “paixões” mexem com o nosso subconsciente. Darei um exemplo prático e autêntico de como nos deixamos levar, muito certamente sem percepção ou pelo menos sem uma justificativa razoável.
Pois bem, o filho de um amigo meu, que no auge de seus treze anos brada feliz uma de suas maiores paixões, o futebol, o rapazola adora este esporte, e até pratica-o com certa desenvoltura nos campos amadores de nossa aprazível cidade de Vila Velha no não menos aprazível estado do Espírito Santo.
Deixe estar que o rapazote não sei se por boa ou má orientação do seu genitor, veio escolher como clube à torcer dentre tantos, justamente o de São Januário, poderia ser qualquer outro mas por influencia conforme já esclarecida optou por este.
Mas como se trata de um garoto típico de nosso continente sua paixão vai além das fronteiras, torce também por um time da Europa, agora não sei se por influencia de terceiros ou opção própria, já que neste caso justificasse mesmo não havendo influencia, torcer para um clube como o Barcelona da Espanha, inquestionavelmente um dos melhores e mais ricos clubes do mundo, talvez sua riqueza justifique seus elencos sempre recheados de craques, muitos destes tornando-se invariavelmente os escolhidos como melhores do mundo. Numa dessas temporadas onde como não foi novidade o Barcelona conquistara todos os torneios que disputava e, o seu craque maior o brasileiro Ronaldinho gaúcho fora escolhido o melhor jogador da Europa por aqueles que tem o poder para esta escolha.
Não me admirava ver o rapazote desfilando com a camisa do time campeão europeu, e muito menos por ter às costas estampados o número dez e o nome do então melhor jogador do mundo, o brasileiro já citado. Não era difícil também observar o mesmo rapazote desfilando, com a inigualável camisa amarelinha da nossa querida seleção brasileira, assim como também não causava estranheza o fato de o nome que levava às costas da amarelinha ser o do mesmo brasileiro e melhor jogador do mundo.
Passaram-se alguns anos e eis que aquele “ídolo” que fora por vezes imitado, defendido e até endeusado pelo rapazote, acaba por vir jogar neste amado país, mas quis o destino que ele viesse jogar exatamente no maior rival de seu time de coração aqui no Brasil. E agora, como será que o rapazote irá enfrentar essa delicada situação? Não é preciso muito esforço para encontrar a respostas que viria do rapazola: “Nunca jogou e não joga nada, eu não queria um jogadorzinho desses no meu time, sou muito mais o Carlos Alberto” (o Carlos Alberto ainda era o camisa dez do seu time). Aí eu questionei: E se ele estivesse no seu clube, ao invés ter ir ido jogar no Flamengo? Ele titubeou, deu um sorriso (ainda é um rapazote por isso sorriu) e afirmou que não haveria espaço para ele lá.
Depois deste longo texto para explicar o inexplicável me atrevo a dizer – Quando um militante de uma legenda critica políticos de outra, principalmente quando por motivos justificáveis tornaram-se os maiores “rivais” (oposição e situação), são por si só justificáveis. Os de lá não prestam e os de cá são os bons, independente de quem seja.
Dag Vulpi 30/05/2011
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