O presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comunicou, durante a sessão plenária desta
terça-feira (20), o arquivamento de dois pedidos de impeachment contra
o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. As petições foram
apresentadas pelos juristas Celso Antônio Bandeira de Mello e Cláudio
Fonteles com apoio de outros juristas.
A Petição 11/2016
alega que Mendes ofendeu os princípios de impessoalidade e celeridade
processual no julgamento de processos no Supremo. Já a 12/2016 argumenta que o
ministro cometeu "atos incompatíveis"
com a honra e o decoro no exercício de suas funções.
Renan afirmou que as
duas denúncias basearam-se exclusivamente em matérias jornalísticas,
declarações e transcrições de votos. Ele considerou "insubsistente" o
conjunto de provas presente nos autos, sem vislumbrar, na sua opinião, a
incompatibilidade dos atos do ministro com a honra ou o decoro, nem que outros
elementos configurem crimes de responsabilidade.
“Em juízo preliminar, não cabe ao Senado, como já fizemos em outras
oportunidades, processar e julgar o ministro por condutas atinentes
exclusivamente ao cargo que ocupa, e nos exatos limites de seus poderes”,
afirmou o presidente do Senado.
Renan disse que o
mesmo entendimento estende-se à conduta de Gilmar Mendes quando manifesta suas
opiniões pessoais, o que entende como "uma faculdade que é garantida a
qualquer cidadão".
Mendes desqualificou ontem
(19) os juristas que apresentaram pedido de impeachment contra ele no
Senado, na semana passada. O grupo acusa o ministro de adotar “comportamento partidário”, mostrando-se
leniente com relação a casos de interesse do PSDB e “extremamente rigoroso” no julgamento de processos de interesse do
PT e de seus filiados, “nomeadamente os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da
Silva e Dilma Rousseff, não escondendo sua simpatia por aqueles e sua ojeriza
por estes”.
“Vi aquela ação e até achei ela um pouco engraçada. É um consórcio de
famosos quem, daqueles que já foram e daqueles que nunca serão. Se vocês
olharem, é Fábio Konder Comparato, que é um banqueiro travestido de socialista;
o nosso Celso Bandeira de Mello, que é um latifundiário travestido de
socialista, e outros famosos quem”, disse Mendes antes de participar de um
evento na capital paulista.
*Com informações da
Agência Senado
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