Os deputados
do PSOL apresentaram ontem (21), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Petrobras, pedido de indiciamento do presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e
associação criminosa.
O pedido
consta de um voto em separado apresentado na CPI. Os deputados pedem que o
texto seja incluído no relatório final da comissão, previsto para ser votado
nesta quarta-feira.
No voto, os
deputados Ivan Valente (SP) e Edmilson Rodrigues (PA) embasam o pedido de
indiciamento na confirmação das contas secretas em nome de Cunha na Suíça e das
denúncias da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Além do
indiciamento, o PSOL pede que a CPI encaminhe à Mesa Diretora, ao plenário e ao
Conselho de Ética da Câmara o pedido de cassação do mandato de Cunha.
O partido
defende ainda o indiciamento dos parlamentares denunciados por Janot ao STF,
como o deputado Arthur Lira (PP-/AL), e os senadores Benedito de Lira (PP-AL) e
Fernando Collor (PTB-AL).
No voto, os
deputados argumentam que a CPI cometeu diversos equívocos na condução das
investigações e errou ao não pedir o indiciamento de parlamentares denunciados
pela procuradoria.
Segundo
Valente, logo no início dos trabalhos, a CPI incorreu “em um grave erro”, ao
permitir que deputados beneficiados por doações eleitorais das empreiteiras
denunciadas na Operação Lava Jato se mantivessem na condição de investigadores
de seus próprios financiadores de campanha.
De acordo com
o documento, “tal fato prejudicou a isenção dos trabalhos da CPI, impedindo que
elementos-chave para as investigações fossem ouvidos pela comissão. A mais
escandalosa decisão foi aquela que impediu que políticos indiciados pelo MPF
fossem ouvidos pela CPI”.
“Tal fato
prejudicou a isenção dos trabalhos da CPI, impedindo que elementos-chave para
as investigações fossem ouvidos pela Comissão. A mais escandalosa decisão foi
aquela que impediu que políticos indiciados pelo MPF fossem ouvidos pela CPI”,
diz o documento.
Para o PSOL,
em depoimentos na CPI, diversas testemunhas mostraram que houve uma relação
estreita entre o financiamento eleitoral e a corrupção, mesmo no caso de
doações “oficiais”, isto é, feitas respeitando a legislação vigente,.
O documento do
PSOL critica ainda o contrato com a empresa de investigações Kroll, por falta
de de transparência, e o desperdício de dinheiro público com a contratação, que
custou mais de R$ 1 milhão. Para os deputados, a empresa foi usada para
derrubar “as delações premiadas dos réus da Lava-Jato, inclusive do Sr. Júlio
Camargo, que sempre apontou denúncias contra o presidente Eduardo Cunha. Assim,
o contrato da Kroll serviu exclusivamente para investigação particular com
dinheiro público. E, pela seleção de pessoas investigadas, fica clara a
intenção da CPI de obedecer aos interesses do presidente Eduardo Cunha”.
O texto também
pede o indiciamento da ex-deputada Solange Almeida,de Fernando Soares
(Baiano), Leonardo Meirelles, Jayme de Oliveira (Careca) e Lucio Funaro, por
crimes conexos aos de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação
criminosa.
O relatório
final da CPI da Petrobras foi apresentado segunda-feira (19), sem que o
relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), pedisse o inciamento de nenhum
parlamentar. Ele argumentou que não pediu nenhum indiciamento devido ao fato de
a maioria dos integrantes da comissão ter acertado que a CPI não se
“transformaria em um Conselho de Ética paralelo”.
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