Reunidos com
parlamentares da base aliada, governadores de seis estados – Bahia, Rio de
Janeiro, Tocantins, Piauí, Alagoas, Ceará – e representantes de Sergipe e do
Rio Grande do Sul reiteraram, na Câmara dos Deputados, que são favoráveis à
recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), como
foi proposta pelo governo há dois dias. A contrapartida exigida por eles recai
sobre a garantia de que a arrecadação não fique apenas com a União e que o
percentual cobrado seja superior ao 0,2% sinalizado.
“Estamos
irmanados em defesa da CPMF e pedindo ampliação para 0,38%”, defendeu o
governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. Ele explicou que a proposta
dos estados é pelo compartilhamento da contribuição para ser investida nas
áreas de seguridade social e saúde. O dinheiro seria dividido igualmente entre
estados e municípios. “São os dois grandes gargalos nos estados e municípios,
porque retiraram a CPMF e não colocaram nada no lugar”.
Na conversa
sobre o pacote econômico com os deputados governistas, Pezão disse que a
contribuição só foi derrubada há oito anos porque destinava os recursos
exclusivamente para a União. Para ele, “nunca é tarde” para o retorno da CPMF.
Pezão disse acreditar que há apoio mesmo entre os governadores de oposição.
Wellington
Dias, governador do Piauí, disse que, em conversas com governadores de partidos
contrários ao governo, eles reconsideraram posições “a partir do momento em que
foi ampliada a discussão para a situação de estados e municípios. “No primeiro
momento, o posicionamento era um percentual de 0,2% apenas para União”. Na
opinião dele, assim seria difícil aprovar a CPMF.
O governador
da Bahia, Rui Costa, engrossou o coro ao considerar o pacote é necessário, mas
alertou que os estados querem participar das discussões em torno de uma
alternativa para a situação econômica. “Precisamos de medidas de curto prazo
que nos ajude a atravessar a grave crise fiscal, não importa como foi
estabelecida. Esta questão não é partidária, mas de encontrar um marco
estrutural para o país”, afirmou.
O presidente
da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois de uma conversa de uma hora com
alguns dos governadores, afirmou que a situação dos estados e municípios “é
delicadíssima”. “Se a União está perdendo em arrecadação, os estados e municípios
estão perdendo mais fortemente, só que não podem se endividar, emitir títulos;
não podem nada. Estão apelando não necessariamente para a CPMF, mas para
solucionar o problema deles”, afirmou.
A conversa não
o fez mudar de opinião. Cunha continua contrário à contribuição e sequer
acredita que, em função dos prazos da Casa para analisar a proposta, vai
solucionar o problema no próximo ano. “Com muita boa vontade, se passar, vai
entrar em vigor em julho de 2016”, apostou.
O peemedebista
garantiu que, se a recriação do imposto avançar, não fará obstrução à
apreciação da matéria. “Eu nem posso votar [pelo Regimento]. Nem eleitor eu
sou. Tenho minha opinião contrária à CPMF. É um aumento de carga tributária
pernicioso porque incide em cascata. Não é cumulativa, então vai em todas as
etapas”, explicou, reiterando que o governo deveria fazer um corte real nas
contas da União.
Pelos cálculos
do parlamentar, 75% dos cortes anunciados são relativos a recursos de
“terceiros”. Ele comparou a economia anunciada com os cortes de ministérios às
medidas tomadas na Câmara. “Se coloca apenas 2 R$ bilhões de despesas
discricionárias, dizendo que R$ 200 milhões é pela redução de ministérios. Só
nossa redução de horas extras aqui [na Câmara] vai dar R$ 80 milhões por
ano. Ora, 40% do corte de ministérios equivale às horas extras da Câmara? O
governo não está fazendo seu sacrifício”, criticou.
Por Carolina
Gonçalves - na Agência Brasil
nao a cpmf................................porque nao o imposto sobre grandes fortunas
ResponderExcluir