terça-feira, 15 de julho de 2014

Debate no Facebook - Por que a renda é tão desigual no capitalismo?


Ernani Junior Para quem quer uma discussão de nível, vale ler o texto anexado no link abaixo. Longo, mas muito elucidativo.

Falar sobre as diferenças sociais, as distâncias entre as rendas, é algo difícil, mas que tem solução a longo prazo, e não se resolve por Lei e Impostos elevados, mas com o bom uso dos que á são recolhidos. O caminho? Educação e saúde, desde a infância. Sempre falo que sou da época em que a educação do estado era a melhor, salvo alguns grandes colégios, e hoje é o oposto. Deixou-se de investir em formação e passou-se a investir em informação e desintegração dos grupos. Uma criança precisa de muito logo cedo, para ser competitiva e crescer, desenvolver seu potencial. Não se resolve a diferença de rendas só com bolsas. Enfim, um longo e interessante texto. Vale ler e depois comentar. Mas, por favor, comente apenas depois de ler. Confira neste link: http://goo.gl/vEFNMA


Segue abaixo o debate sobre o tema realizado no grupo Consciência Política Razão Social no Facebook.

Ed Lascar - Boa dica, Ernani. Vou tentar ler mais tarde...estou super atrasado em leituras mis...

Nelson Nascimento Filho - Achei interessante algumas afirmações no texto. Parecem demonstrar um total desconhecimento do autor (gostem ou não) que fez uma análise seminal no capitalismo, Karl Marx. E, segundo entendi, a questão de fundo é muito antiga: querem apresentar uma alternativa à mudança radical do modelo de sociedade capitalista. Apostam na reforma da sociedade sem tocar no ponto central já demonstrado por Marx: o crescimento do capital é inexorável e esse crescimento produz, cada vez mais, concentração de capital de um lado e pobreza de outro. É claro que, reconhecidamente por Marx, o capitalismo foi e ainda é a maior força produtivo já criada pelo homem. Quem já leu o Manifesto Comunista há de se lembrar do elogio que Marx faz à classe burguesa e seu poder revolucionário que, através das forças sociais que consegue liberar, alavanca o desenvolvimento humano até a patamares inimagináveis. Mas tudo isso tem um custo. E a grande questão ainda está por ser resolvida: que sociedade poderemos construir que alie o poder de construção do capitalismo e não leve junto a concentração de renda e a desigualdade? Pelo que li, o texto adota a linha que é possível construir essa sociedade dentro do capitalismo. Sinceramente, tenho minhas dúvidas!

Alaor Plaster Pimenta - Amigo Ernani, li só o seu cabeçalho... já diz tudo.

Ernani Junior - Na verdade Alaor Plaster Pimenta, diz um pouco, mas no fundo é meio contraditório no corpo. Mas o autor defende que o capitalismo precisa ser revisto, como em alguns países, mas que só ele pode reduzir a disparidade,poiso comunismo e o socialismo não cumpriram esta missão e estão em declínio/acabados nos países evoluídos. O capitalismo é a forma mais eficaz de se produzir mobilidade social e de facilitar o fim da desigualdade, mas precisa de oferecer condições básicas, como ensino de qualidade e saúde idem. (O básico) e dá exemplos já conhecidos, como Dinamarca e Suécia. Ele menciona que com a elevação do ensino de qualidade e da formação, os jovens podem ter cargos melhores e mais remunerados. Diz que o sistema de bolsas, criado pelo PSDB e aproveitado pelo PT, tem um fundo apenas emergencial e deveria ser melhor usado. O autor do texto tem uma boa visão de mundo e de economia, assim como das teorias, e vê a necessidade de se manter a meritocracia, mas não sem a formação e não sem a saúde (ligada inclusive, ao saneamento básico.)

Ernani Junior -  Nelson Nascimento Filho, o autor mostra muito conhecimento de todas as linhas, e mostra que o exemplo seria a Dinamarca. A vantagem vem de diminuir as desigualdades pelo estudo (não o estudo politizado, mas real e aberto a tudo e todos) e a uma saúde publica bem estruturada, que permite o crescimento e apoio ao jovem desde o nascimento. Aí teremos condições de oferecer o fim das desigualdades. Mas sem a produtividade e meritocracia do capitalismo, não haveria renda ou capacidade de investimentos, e perderíamos muito do poder de formar e apoiar pessoas. Ele menciona que o comunismo ou socialismo, faliu no mundo civilizado, por tentar induzir esta desigualdade a zero, mas continua criando e mantendo-as. E assim é? Não vejo os presidentes dos países comunistas morando como o povo, usando os mesmos transportes, assim como os membros de direção. As desigualdades sempre existiram e existiram. Como fazer isso é a forma que ele diz: Usar bem os impostos com o povo, sem desvios. Isso não acontece com frequência.

Nelson Nascimento Filho - Pois é, Ernani! Mas eu sempre fico com um pé atrás quando alguém compara nosso país com os demais! Qual é a história da Dinamarca? Qual é o tamanho de seu território? Qual é o tamanho de sua população? Quais são os acontecimentos históricos que contribuíram para que a Dinamarca esteja onde está? Essas são questões que considero importantes! Comparações desse tipo, parecem-me muito rasas (sempre considerando que o texto não tem o compromisso de ser mais profundo). Além disso, há que se notar também onde ele está sendo veiculado. A revista exame é do grupo Abril, que é também "dono" da Veja! Então, como não há texto sem intenções políticas, para mim fica evidente que o autor segue a linha do reformismo. E eu, como já disse, tenho muitas dúvidas se é possível reformar a sociedade mantendo a lógica capitalista. Mas isso tudo é a minha modesta opinião!!

Nelson Nascimento Filho E só mais uma coisa! Nâo sei se é possível esse estudo "não politizado" ao qual você se refere! Tudo é política. Infelizmente, por nossa história e nosso analfabetismo político, entendemos (a maioria) por política essa coisa rasteira, abjeta que vemos nos jornais. É preciso que se resgate o termo político. Como já dizia Aristóteles, o homem é um animal político. Todos os seus feitos são políticos. Enquanto não se resgatar a palavra política no seu mais profundo significado, vamos ficar patinando na mesmice do senso comum que entende política como política partidária. Aí ficamos só na superfície mesmo!

Nelson Nascimento Filho Ah, esqueci de dizer! A reportagem cita o Armínio Fraga, provável ministro de economia do Aécio! Ou seja, taí um folheto de campanha para o Aécio. Para quem gosta, um bom desfrute! Eu passo!!!

Ernani Junior - Entendi Nelson. Mas, o que ele fala, historicamente, sobre o socialismo é verdade. Na Polônia e em outro pais mais do antigo bloco,foram proibidos os símbolos comunistas, comparados por eles aos nazistas. O socialismo, efetivamente não conseguiu acabar com as diferenças sociais, mas acabou com a força econômica dos países. A própria China mostra isso, fazendo a passagem de um para o outro, e é um pais tão grande quanto o nosso. Sobre o ensino politizado, polis, vem de grupo, cidade, e sim o homem é um ser politizado, pois vive em grupos e com regras. Mas qual a melhor forma de politizar um homem? De acordo com o Mesmo Aristóteles, seria ensinando-o a pensar por si e tendo como base o conhecimento geral, incluindo do antagônico, e não apenas de uma forma de pensar. A politização, vem do debate claro e baseado em fatos reais, e não em "histórias" contadas para se valorizar algo ou alguém, e desvalorizar o outro, pois ambos foram fatores que formaram o mundo atual. O ensino político como visto, é ideológico, e este compromete o aprendizado, pois é limitador. Assim como o homem é político ele é democrático no pensar, e deve ser assim. O real valor das coisas vem quando são adquiridas por quem luta, e o ensino deve mostrar isso, pelas notas e pela formação e informação, que (refriso) permite o livre arbítrio e escolha. Só para você entender o que penso, minha empregada tem uma filha, que estava num colégio estadual (fraco). Ajudei-a a conseguir uma escola particular pra colocar a filha dela, com bolsa de estudo, mas é uma escola religiosa, que não aceita o evolucionismo. Embora seja da religião dela, ela fez questão de ensinar à filha o evolucionismo, e foi contra a queima de livros proibidos pela religião. Ela entende que a filha dela deverá escolher o caminho, mas com base no conhecimento pleno e não no ideológico apenas, pois este é limitador e emburrecedor. Sobre a revista ser a Exame, nada impede que o texto seja bom.

Ernani Junior - Menciona também gente do PT. Mas entendo, de novo o seu viés. Como eu disse, o texto nos convida a pensar e questionar. A sair do ideológico apenas.

Ernani Junior -Tem um link aqui, que leva a um texto interessante (também publicado abaixo) sobre a ideologização. Vale ler. http://ghiraldelli.pro.br/como-denunciar-ideologia/

Nelson Nascimento Filho Obrigado pelo texto, Ernani Junior!! Vou ler!

Alaor Plaster Pimenta - Meus sinceros parabéns pela troca de diálogo, Nelson Nascimento Filho e Ernani Junior, gostei muito da prosa de vcs, alto nível... só gostaria de chamar a atenção quando o Nelson diz "reformar a sociedade mantendo a lógica capitalista."... aí eu digo e na manutenção da lógica socialista??? A questão não é reformar a sociedade... primeiramente tem que perguntar se a sociedade quer ser reformada, isso sempre foi um grande erro dos esquerdista que querem impor revoluções goela abaixo... nunca funcional em lugar nenhum... creio que precisamos persistentemente aperfeiçoar os instrumentos e mecanismos existentes na lógica sim: de uma economia de mercado, responsabilidade fiscal, democracia política e um combate implacável à corrupção... esse é o caminho... no resto é trabalhar, estudar e se divertir também um pouquinho, que ninguém é de ferro... um grande abraço aos dois!

Um comentário:

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