O Partido
Social Cristão (PSC) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) hoje (21) pedindo
a suspensão de resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que obriga
cartórios de todo o Brasil a celebrar o casamento civil entre pessoas do mesmo
sexo e converter a união estável homoafetiva em casamento. O partido alega que
o conselho cometeu “abuso de poder” ao editar a norma, ultrapassando a
discussão política sobre o tema.
De acordo com
o PSC, a resolução não pode ter validade sem passar pelo processo legislativo,
etapa em que a legenda poderá “exercer em plenitude as suas prerrogativas
legais e constitucionais” e se manifestar “seguindo os princípios cristãos e
estatutários que norteiam a vontade de seus filiados e de seus congressistas”.
“Nas
atribuições do Conselho Nacional de Justiça, não constam as relativas ao
processo legislativo, bem como o Conselho Nacional de Justiça não tem
legitimidade para normatizar o tratamento legal das uniões estáveis
constituídas por pessoas de mesmo sexo, sem a existência de legislação que
defina tal situação, e assim agindo, o CNJ usurpa atribuições dos membros do
Congresso Nacional, e do Partido Social Cristão (PSC), ora impetrante”, diz
trecho do mandado de segurança.
Segundo o PSC,
o conselho não pode se valer da analogia entre a situação de família prevista
na Constituição e nas leis – que trata sobre homens e mulheres – para aplicar o
mesmo em relação a pessoas do mesmo sexo. “A conclusão outra não poderá
racionalmente chegar senão a de que no universo das entidades familiares só tem
cabimento a união entre homem e mulher, ou seja, entre pessoas de diferentes
sexos”, destaca o texto.
O PSC informa
ser “totalmente contrário a união entre pessoas do mesmo sexo”, e diz que
“sempre se posicionará neste sentido, no exercício de suas prerrogativas
legais, junto ao Congresso Nacional” quando o assunto for discutido no
Legislativo.
“Nosso
entendimento é de que a decisão do CNJ foi desastrosa, inconveniente e
inconstitucional. Gerou uma grande insatisfação não somente por parte de nossos
filiados e parlamentares como também de parcela majoritária da sociedade
brasileira”, disse o vice-presidente do PSC, Everaldo Pereira.
O relator do
processo no STF é o ministro Luiz Fux.
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