Se você sente fome, frio ou dor e
precisa de ajuda, o que fazer? Imagine você impossibilitado de dizer o que
quer, o que precisa? Se conseguiu imaginar, então entendeu um pequeno fragmento
do mundo de uma pessoa com autismo.
“O autismo me prendeu dentro de um
corpo que não posso controlar”, disse Carly Fleishmann. A menina canadense
quebrou uma espécie de barreira invisível e descobriu, aos 10 anos de idade,
como mostrar aos pais o que queria. Mesmo sem ter aprendido a escrever, Carly
encontrou no teclado de um computador a voz que lhe faltava.
Os comportamentos típicos do autismo
continuavam, entre eles gritar, balançar os braços violentamente e realizar
movimentos repetitivos. No entanto, esse comportamento passou a ter uma
explicação: “Se não fizer isso, parece que meu corpo vai explodir. Se pudesse
parar, eu pararia, mas não há como desligar. Sei o que é certo e errado, mas é
como se estivesse travando uma luta contra o meu cérebro”, disse.
Carly aplicou conhecimentos
absorvidos ao longo dos anos e escreveu as primeiras palavras. Desde então, foi
estimulada por seus pais a digitar o que sentia. Assim, a menina mostrou à
sociedade que os autistas não vivem em um universo particular, construído para
isolá-los do mundo. Eles apenas precisam reagir de certa forma para se
concentrar ou controlar uma intensa atividade cerebral. “Eu gostaria de ir à
escola como as outras crianças, mas sem que me achassem estranha quando eu
começasse a bater na mesa ou gritar. Eu gostaria de algo que apagasse o fogo”.
Hoje (2), Dia Mundial de
Conscientização do Autismo, a Agência Brasil apresenta uma série de
matérias sobre o tema. O autismo é uma condição encontrada em 20 de cada 10 mil
nascidos. Manifesta-se antes dos 3 anos de idade e sua causa ainda não é clara,
muito embora fatores genéticos sejam considerados sua principal origem. O
diagnóstico é feito a partir da observação do comportamento da criança.
Normalmente, os pais detectam algum traço de indiferença ou isolamento
excessivos. Resistência ao aprendizado e às mudanças de rotina, uso de objetos
de forma incomum, inexistência de medo em situações potencialmente perigosas,
agressividade e hiperatividade são alguns sintomas de autismo.
Agência Brasil
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