A Operação “Entre Irmãos” realizada pelo Ministério Público Estadual (MPES) e Polícia Militar cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em imóveis ligados a Igreja Cristã Maranata (ICM). Foram notificadas 26 pessoas que prestarão esclarecimentos a partir dos próximos dias. A suspeita é de que na instituição religiosa uma quadrilha desviava dinheiro de dízimos em proveito particular e de terceiros, valendo-se de falsificações, ocultação e dissimulação de bens e valores.
Os mandados cumpridos envolvem quebra dos sigilos fiscal e bancários, além do sequestro de bens. Ao todo, quatro membros do Ministério Público e 72 Policiais Militares auxiliaram nos trabalhos, analisando documentos, computadores, dados e depoimentos. As investigações começaram em fevereiro.
Há também suspeitas de uma série de outras irregularidades, que vão desde a utilização de policiais para guarda e segurança de membros e templos da ICM, à contratação de serviços superfaturados e desvios de emendas parlamentares destinada à Fundação Manoel Passos Barros, vinculada à ICM. Além disso, por ordem judicial, foi efetivada a quebra dos sigilos fiscal e bancário dos envolvidos e o sequestro de bens, ativos e valores supostamente desviados, visando ao resguardo e restituição à Igreja e aos cofres públicos.
A operação começou às 6h desta segunda-feira (26) e só se encerrou no meio da tarde. O clima era de tensão na sede administrativa da Igreja Maranata, em Vila Velha, onde o Ministério Público apreendeu vasta documentação e computadores da ICM, que já começaram a ser analisados.
Cerca de seis policiais militares e três viaturas estavam do lado de fora do estabelecimento e, os funcionários que chegaram cedo para trabalhar, foram dispensados. Ninguém quis falar sobre o assunto. Viaturas da Polícia Federal e da Ronda Ostensiva Tática Motorizada (Rotam) estiveram no local e os policiais atuaram na vistoria do prédio, que abriga a sede administrativa da igreja.
Mandados também foram cumpridos na Fundação Passos Barros e em uma clínica médica especializada, no bairro Civit II, na Serra, pertencentes à Igreja Maranata. Nos dois locais oram apreendidos material do setor administrativo e a sala da administração do prédio foi lacrada.
Nesta terça-feira (27) o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), que coordenou a investigação, dará início às oitivas de investigados, testemunhas e eventuais colaboradores e membros da Igreja que tenham informações de irregularidades na gestão.
A Igreja Maranata se originou no Espírito Santo na década de 60 e, atualmente, conta com mais de cinco mil templos espalhados pelo mundo todo.
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Investigação chega a líderes da Maranata
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Igreja Cristã Maranata da Fé a Fraude - Escandalo na Obra
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