A
revista Veja, pouco confiável por ser useira e vezeira em editar matérias que
não se sustentam, desta vez fez alarde com uma acusaçao do Ministro Gilmar
Mendes, segunda a qual o ex-Presidente Luis Inácio Lula da Silva teria lhe
proposto o adiamento do julgamento do chamado mensalão.
O
encontro entre Mendes e Lula, no escritório de Nelson Jobim, ocorreu há um mês
e só agora o ministro revelou o suposto pedido. O adiamento proposto por Lula,
ainda segundo a revista Veja, se daria em troca do silêncio da Comissão
Parlamentar de Inquérito mista sobre Cachoeira em relação ao próprio
ministro, que se encontrou com o senador Demóstenes Torres em Berlim.
Há
denúncias de que Cachoeira de lama pagou as passagens e estadas tanto de Mendes
como do senador que ditava regra sobre moralidade e por debaixo do pano fazia o
jogo sujo de Carlos Cachoeira de lama. Mendes garante que ele mesmo
custeou a viagem e volta e meia vai a Berlim visitar a filha, que la reside.
Se
o Ministro poder provar que pagou a passagem daquela vez (ninguém pediu),
afinal a denúncia é grave, encerraria de uma vez por todas com a dúvida. Por
enquanto vale apenas a palavra de Mendes, considerada bastante
questionável.
A
notícia divulgada pela Veja, como sempre acontece, foi repercutida na Folha de
S. Paulo, em O Globo e no Jornal Nacional. Lula negou que tenha feito a
proposta.
A
matéria da revista Veja com a denúncia de Mendes deve ser encarada com reserva
e se for melhor analisada não se sustenta. Por que Lula faria o pedido
quando a mídia de um modo geral está em cima dos minstros do STF exatamente
para apresssar o julgamento do mensalão? Com a experiência que tem como
ex-Presidente por que ele se exporia dessa forma tão grosseira?
Jobim
também desmentiu a matéria da revista Veja, uma publicação sob suspeita de
prática de baixo jornalismo. O esquema é conhecido. Os repórteres saem em campo
já com a pauta determinada e dirigida para chegar a uma conclusão. Seja o que
for falado por alguém alvo dos Civitas, a matéria conclusiva está pronta antes
mesmo de ser elaborada. Os inimigos não serão poupados.
Desta
vez, Gilmar Mendes se superou. Ele já esteve envolvido em outras matérias no
mínimo discutíveis, uma delas a de ter concedido habeas corpus a Daniel
Dantas e na tentativa de desmoralizar o então delegado Protógenes Queiroz, que
conduzia o inquérito contra o referido banqueiro acima de qualquer suspeita.
Se
Lula tivesse mesmo feito o pedido seria uma demonstraçao de incompetência política,
algo que até seus inimigos admitem que não corresponde aos fatos. Seria até um
expediente prejudicial aos próprios implicados no mensalão que está para ser
julgados nas próximas semanas.
Vários
Ministros do STF, entre eles Ricardo Lewandovsky, já disseram que nunca foram
pressionados por Lula quando ele exercia a Presidência da República.
Seria
absolutamente descabido e pouco inteligente, o que não é uma característica de
Lula, reconhecido até pelos inimigos como um político hábil e inteligente, que
agora sem mandato pressionasse Gilmar Mendes. E uma pressão, diga-se de
passagem, prejudicial aos próprios petistas, entre os quais José Dirceu e Jose
Genoino, que serão julgados antes das eleições.
Não
se exclui a possiblidade de que este novo apronto da sujísima Veja com Mendes
tenha se destinado a retirar dos holofotes algumas questões vinculadas à
Comissão Parlamentar de Inquérito do Congresso sobre as ligações de Cachoeira
de lama com o mundo político e mesmo midiático.
A
Veja foi pautada pelo melitante Cachoeira e nestes dias ganhou uma defensora de
peso, a Senador Katia Abreu, agora no PSD de Gilberto Kassab, que escreveu
artigo tomando as dores da revista que lhe dá grande acolhida. Usou os mesmos
argumentos que outros defensores da publicação, como o imortal Merval Pereira,
ou seja, que a convocação de Policarpo Júnior seria um atentado à liberdade de
imprensa.
Quanto
ao Prefeito Kassab, a revista Isto
É
e o Ministério Público o acusaram de estar também envolvido em falcatruas,
juntamente com um funcionário que recebeu de propina 106 aparamentos ao liberar
obras irregulares na capital paulista. Nenhuma linha em o Globo ou na TV do
mesmo nome.
A
Veja pratica um jornalismo que lhe vale a denominação de sujíssima. Para se ter
uma ideia, recentemente um repórter da revista tentou invadir o quarto de um
hotel em Brasília onde estava hospedado o ex-Ministro José Dirceu para
possivelmente espionar alguma material que o incriminasse ou mesmo instalando
algum microfone oculto. A camareira impediu que a transgressão acontecesse.
Corre até uma investigaçao policial sobre o fato e o público não vem sendo
informado a respeito.
Não
se trata de defender José Dirceu, um dos responsáveis pela atual praxis
fisiológica do PT em nome da governabilidade, mas de se repudiar uma prática
que depõe verdadeiramente contra o jornalismo. E a corrida a qualquer custo
para incriminar o ex-Ministro Chefe da Casa Civil é sintomática.
Policarpo
Júnior, chefe da sucursal da Veja em Brasília, tem culpa no cartório no
mencionado episódio. Além disso, foi pautado por Cachoeira de lama, como
demonstra cristalinamente vídeo apresentado pela TV Record, no ar também no
youtube. O jornalista está sendo blindado para não comparecer na CMPI.
Assim
caminha a mídia de mercado. O mais recente apronto da Veja e Gilmar Mendes está
realmente inserido no contexto enlameado do baixo jornalismo. E toda vez que se
contesta a revista da família Civita, que para muitos forma uma gang,
convoca entidades e colunistas para protestar conta o que eles alegam ser perseguição
à liberdade de imprensa.
A
Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) já deve estar de prontidão para
qualquer emergência que porventura venha a envolver a sujíssima Veja na CMPI.
Em tempo: depois de na semana passada cancelar a
reunião, o Ministro da Justiça, Jose Eduardo Cardozo, voltou a convocar
familares de desaparecidos políticos citados no livro Memórias
de uma guerra suja sobre o depoimento do ex-delegado
Claudio Guerra revelando, entre outras coisas, a incineração de dez combatentes
contra a ditadura em um forno de uma usina de açucar em Campos.
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