quarta-feira, 7 de outubro de 2015

TCU decide que Nardes fica na relatoria das contas do governo


Por unanimidade, os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiram, há pouco, manter o ministro Augusto Nardes na relatoria das contas de 2014 do governo federal, rejeitando o pedido apresentado pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.

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O ministro-substituto André Luis de Carvalho pediu a palavra e manifestou “indignação” por Adams, e os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do Planejamento, Nelson Barbosa, terem convocado uma entrevista coletiva no último domingo (4) para questionar a conduta de Nardes na relatoria, alegando que o ministro do TCU tinha antecipado seu voto.

“Devo expressar minha indignação sobre como isso foi feito. nunca vi três ministros de Estado comparecendo num domingo a uma coletiva para atacar um ministro do TCU”, afirmou Carvalho.


Agora os ministros do TCU vão iniciar o julgamento das contas do governo de 2014.

TCU diz que não houve conduta irregular de Nardes na relatoria de contas


O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu hoje (7), por unanimidade, que não houve conduta irregular do ministro Augusto Nardes, relator do processo de análise das contas de 2014 do governo.

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Na última segunda-feira (5), o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, entregou o pedido de afastamento de Nardes ao tribunal, alegando que o ministro-relator antecipou seu voto à imprensa indicando a rejeição das contas de 2014 do governo federal.

O corregedor do TCU, ministro Raimundo Carreiro, que relatou o caso, afastou a possibilidade de o relator ter agido de forma parcial, como sustentou Adams. Carreiro destacou que a análise das contas “foi resultado de um trabalho imparcial e competente” do corpo técnico do TCU, bem como dos ministros.

Sobre a veiculação de matéria jornalística que, supostamente, comprovaria a posição prévia de Nardes no processo, Carreiro entendeu que não há motivos para contestar a conduta do relator. “A presente representação é improcedente, tendo em vista que a referida matéria traduz meras ilações do jornalista. Nada, absolutamente nada, nas declarações do ministro Nardes configura juízo de valor sobre a manifestação apresentada pela Presidência da República.”


O pedido do governo foi apreciado como uma das questões preliminares em sessão extraordinária que começou por volta das 17h de hoje (7).

Dilma diz que governo supera dificuldades com firmeza e humildade


A presidenta Dilma Rousseff disse que seu governo está superando as dificuldades com firmeza e humildade e prometeu que a “travessia” que o país está fazendo, com o ajuste fiscal, pode ser curta e levará a um momento de crescimento mais acelerado.

Em pronunciamento em Barreiras (BA), durante a entrega de unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida, a presidenta comparou os beneficiados com as unidades habitacionais com o governo, dizendo que as pessoas devem ter coragem e determinação para enfrentar os problemas.

“A gente não pode se atemorizar nunca diante da dificuldade. Só tem um jeito de superar a dificuldade: é de fato com humildade, não é com prepotência, achando que é melhor que os outros. É isso que meu governo está fazendo, nós estamos enfrentando com firmeza as dificuldades”, afirmou.

De acordo com Dilma, os brasileiros têm “otimismo enraizado na alma” e o “Brasil é muito maior e mais forte com muito mais riqueza do que qualquer problema momentâneo que tenhamos”.

“Eu asseguro a vocês que essa travessia para um novo momento em que nós vamos crescer de forma mais acelerada, vamos criar mais empregos, garantir igualdade de oportunidades para todos. Essa travessia pode ser curta”, disse.

Segundo ela, o Brasil tem enfrentado dificuldades e por isso o governo precisou adotar medidas para reequilibrar os gastos, reduzir a inflação e garantir a estabilidade das contas públicas. Apesar de cortes em despesas, Dilma Rousseff lembrou que não foram interrompidos “o que considera importante”.

Ao citar a redução de gastos, como em ministérios e cargos, ela brincou: “Se a moda pega, viu prefeito [de Barreiras, Antônio Henrique Moreira], e governador [da Bahia em exercício, João Leão], é bom você saber que cortamos 10% dos salários da presidente e dos ministros”.

Minha Casa, Minha Vida
A cerimônia marcou a entrega de 1.476 chaves de unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida para moradores de Barreiras. Por meio de videoconferência, Dilma acompanhou simultaneamente a entrega de casas em outras cidades baianas: 732 em Feira de Santana, 452 em Irecê e 121 em Dias d'Ávila, cujas cerimônias foram acompanhadas pelos prefeitos locais e as ministras Nilma Lino Gomes (Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos) e Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), além da presidenta da Caixa, Miriam Belchior.


A presidenta repetiu que o programa habitacional não vai acabar e que após entregar as casas contratadas da segunda etapa, será dado início a terceira fase. “Duvido que daqui para frente algum governo vai ousar interromper esse programa. É importantíssimo que a população brasileira que não tenha condições sozinha de pagar casa própria, é a que governo vai apoiar”, disse.

Veja 7 pontos para entender a análise das contas do governo no TCU


Leandro Prazeres - Do UOL, em Brasília - 07/10/2015
O TCU (Tribunal de Contas da União) realiza nesta quarta-feira (7) uma sessão para apreciar as contas do governo federal de 2014. Nos últimos dias, o clima entre o governo e o TCU ficou acirrado e a AGU (Advocacia Geral da União) tentou tirar o relator do processo, ministro Augusto Nardes, da relatoria das contas. Na noite desta terça, a AGU entrou com pedido no STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar impedir o julgamento.

Enquanto o governo tenta minimizar os impactos de um parecer recomendando a rejeição das contas pelo Congresso Nacional, a oposição aposta na reprovação para obter mais fôlego para um eventual pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Em meio a esse fogo cruzado, veja sete coisas que você precisa saber sobre a análise das contas do governo no TCU.

Por que o TCU julga as contas do governo?
O TCU (Tribunal de Contas da União) foi criado em 1890. A ideia é que o TCU monitore e alerte as autoridades sobre eventuais desvios cometidos pelo governo na condução das finanças públicas. Apesar de ser chamado de "tribunal", o TCU não julga propriamente as contas do governo. O que o TCU faz é elaborar um parecer com base em dados técnicos e orientar o Poder Legislativo sobre a aprovação ou rejeição das contas do governo federal. É com base nesse parecer que os parlamentares aprovam ou rejeitam as contas.

Como será a sessão que vai analisar as contas do governo nesta quarta?
A sessão marcada para as 17h desta quarta-feira deverá começar com a apreciação do pedido de suspeição contra o ministro relator do processo, Augusto Nardes. O pedido foi feito na última segunda-feira (5) pelo governo. A continuação da sessão vai depender do resultado do resultado dessa análise. Caso se decida pela retirada de Nardes da relatoria das contas do governo, há a possibilidade de que a sessão seja interrompida. Caso o pedido seja negado, a tendência é de que análise seja iniciada. A princípio, Nardes fará a leitura de seu relatório e emitirá o seu voto. A partir daí, os ministros deverão anunciar os seus votos.

O que são as pedaladas fiscais?
As manobras contábeis usadas pelo governo e que ficaram conhecidas como pedaladas fiscais foram transações entre o Tesouro Nacional e bancos estatais como a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Em 2014, o Tesouro utilizou dinheiro de bancos estatais para pagar benefícios sociais como o Bolsa Família e subsídios. Somente depois do pagamento é que o governo reembolsou os bancos. Dessa forma, o governo, segundo o entendimento do TCU, ficou "devendo" aos bancos. A legislação proíbe que o governo contraia empréstimos com bancos estatais. O governo alega que essas transações não foram empréstimos e que outros governos fizeram a mesma coisa sem que suas contas tivessem sido reprovadas.

Por que a análise do TCU desta quarta-feira está chamando tanta atenção? 
Há pelo menos três motivos pelos quais esse julgamento causa tanto frenesi. O primeiro é: ele deverá condenar as chamadas "pedaladas fiscais" praticadas pelo governo em 2014 para equilibrar as contas. Essas práticas foram amplamente criticadas por economistas ligados à oposição e por entidades financeiras do exterior. O segundo motivo, que é ligado ao primeiro, é a possibilidade de TCU recomendar a reprovação das contas de um governo pela primeira vez em sua história. A situação é tão inédita que o relator do processo, ministro Augusto Nardes, disse que esse julgamento seria "histórico". De acordo com a assessoria do Congresso Nacional, pelo menos desde 1988 nenhum presidente teve suas contas reprovadas. O terceiro motivo é que um parecer pedindo a reprovação das contas pode dar mais fôlego para que a oposição acuse o governo Dilma de ter cometido crime de responsabilidade e, por conta disso, ingressar com um novo pedido de impeachment contra ela ou mesmo reforçar o pedido de impeachment impetrado por Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT.

Um parecer pela rejeição significa que o Congresso também rejeitará contas?
Não. Mesmo com um parecer recomendando a rejeição das contas do governo, o Congresso pode votar pela sua aprovação. Isso vai depender do apoio que o governo tem no Congresso.

A rejeição das contas pelo Congresso afetaria apenas Dilma ou também Temer?
A princípio, a rejeição das contas do governo Dilma não teria impactos sobre o vice-presidente Michel Temer (PMDB). De acordo com a Lei da Ficha Limpa, a reprovação de contas de governo pode resultar na inelegibilidade dos responsáveis. Temer só poderia ser responsabilizado se, durante o processo de rejeição das contas, ficasse provado que ele desempenhou papel relevante na condução das finanças do governo. Caso a oposição decida ingressar com um pedido de impeachment com base na reprovação das contas da presidente, o princípio seria a mesma, mas isso dependeria da natureza e do conteúdo do pedido.

Além de Dilma, o Congresso precisa votar contas de outros presidentes?
Sim. Há contas com mais de 20 anos sem serem apreciadas pelo Legislativo. Ainda há contas dos ex-presidentes Fernando Collor de Melo (PTB-AL), Itamar Franco (morto em 2011), Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em agosto deste ano, o ministro do STF Luís Roberto Barroso deu uma decisão em caráter liminar para que as contas fossem analisadas em sessão conjunta do Congresso Nacional. A questão, no entanto, ainda não está resolvida, pois o entendimento do STF é de que a decisão de Barroso não significava uma "determinação" sobre como a votação deveria ser feita.

STF volta a negar pedido para suspender ação penal em que Cunha é citado


O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou hoje (7), por unanimidade, pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para suspender a ação penal na qual  foi citado por um delator da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal.  O plenário manteve decisão individual do relator, ministro Teori Zavascki, que, em agosto, também negou o pedido.

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Em julho, Júlio Camargo, ex-consultor da empresa Toyo Setal, afirmou ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, que Eduardo Cunha pediu US$ 5 milhões para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado. Com base na delação, Cunha foi denunciado ao STF no mês passado.

Após o depoimento, os advogados de Cunha pediram a suspensão do processo que tramita na Justiça Federal. O argumento é que cabe ao Supremo presidir o inquérito, em razão da citação do presidente da Câmara, que tem prerrogativa de foro. O deputado Eduardo Cunha nega reiteradamente que tenha recebido propina.


Deputados de seis partidos representam contra Cunha na Corregedoria da Câmara


Vice-líder do PPS na Câmara, o deputado Arnaldo Jordy (PA) é um dos autores da primeira representação formal protocolada contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desde que seu nome começou a ser citado em delações da Operação Lava Jato e em investigações conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). No documento, assinado por 29 parlamentares de diferentes legendas, o deputado pede que a Câmara abra uma sindicância e apure a quebra de decoro.

A infração pode gerar uma simples advertência escrita e até a perda do mandato, que é o objetivo de Jordy e de deputados do PMDB, PSOL, PT, PSB e Rede Sustentabilidade.

Subscreveram o documento, entregue hoje (7)  à Corregedoria da Câmara, os deputados Henrique Fontana (PT-RS), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Júlio Delgado (PSB-MG), Miro Teixeira (RJ), Alessandro Molon (RJ), Eliziane Gama (MA) e João Derly (RS), vinculados à Rede Sustentabilidade, além de Chico Alencar (RJ), Ivan Valente (SP), Jean Willys (RJ), Edimilson Rodrigues (PA) e Glauber Braga (RJ), do PSOL .

O problema é que a representação contra Cunha só pode ser apresentada pela própria Mesa da Casa ou por presidente de partido. Nesses dois casos, o processo já seria aberto no Conselho de Ética. Como Eduardo Cunha ainda não é réu nas investigações, esse caminho poderia ser encurtado por um relatório preliminar que sinalizasse por um aguardo maior da apuração do caso. É isso que algumas legendas, como o PSOL, esperam para agir.

Como o pedido foi apresentado por um parlamentar, teria de ser analisado pela Mesa antes de ser despachado à Corregedoria. Por isso, Arnaldo Jordy optou por entregar o documento diretamente ao corregedor, deputado Carlos Manato (SD-ES), que também terá de submeteê-lo à presidência antes de começar uma diligência.

Segundo assessores dos partidos, a estratégia do grupo de parlamentares era garantir que Manato tomasse conhecimento da iniciativa e pressionasse para que o processo tivesse algum avanço. Os sete integrantes da Mesa, entre eles o próprio Cunha, podem decidir arquivar a representação se, por maioria, considerarem que não há elementos para apreciação.

Por ser alvo da representação, Cunha não é obrigado, mas pode se declarar impedido de votar sobre a questão. Se a Mesa orientar pela abertura da sindicância, o peemedebista terá cinco dias para apresentar defesa e a partir daí as investigações seguem por 45 dias, podendo ser prorrogada por mais 45. Por meio de um relatório, a conclusão das diligências serão enviadas para que a Mesa analise e decida pela abertura ou não do processo no Conselho de Ética.

Na representação, a justificativa dos parlamentares é que Cunha negou ter contas além das que constam da prestação de dados à Justiça Eleitoral. Lembraram que a PGR divulgou dados enviados pelo Ministério Público da Suíça, informando que existem contas bancárias em nome dele e de parentes naquele país. Com a informação, Cunha passará a ser investigado no Brasil por suspeita dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e suposto recebimento de propina na Operação Lava Jato.

No fim de agosto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal afirmando que o presidente da Câmara recebeu US$ 5 milhões para garantir um contrato de dois navios-sonda pela Petrobras com o estaleiro Samsung Heavy Industries em 2006 e 2007.

O negócio foi formalizado sem licitação e ocorreu por intermediação do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, preso em Curitiba.

Hoje, depois de fazer uma apresentação sobre radiodifusão na Câmara, em um painel do 27º Congresso Brasileiro de Radiodifusão, Cunha afirmou categoricamente que “não há a menor possibilidade de renunciar, [de pedir] licença ou qualquer coisa do gênero”.

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