A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, representou hoje (30) a presidenta Dilma Rousseff na cerimônia de lançamento do projeto de expansão da fábrica da Fibria Celulose, em Mato Grosso do Sul, e leu um discurso com críticas aos “pessimistas” e defesa das medidas de ajuste fiscal do governo. A presidenta cancelou a viagem por causa do estado de saúde da mãe, Dilma Jane Rousseff, de 92 anos.
No discurso lido pela ministra, Dilma afirma que o governo não está parado, que continua atraindo investimentos e não é “prisioneiro” das medidas de ajuste. “Estamos trabalhando intensamente para realizar os ajustes necessários para o estabelecimento de uma situação fiscal mais robusta e a redução da inflação. Não estamos, no entanto, prisioneiros da agenda de ajuste, ao contrário, temos uma agenda consistente de estímulo ao investimento.”
O recado de Dilma foi dado um dia depois de o PMDB divulgar um documento com duras críticas à política econômica do governo. Em um trecho, o texto peemedebista diz que o ajuste fiscal não pode ser “um objetivo por si mesmo” e que corre o risco de ser “uma proclamação vazia”, se não levar a um crescimento da economia.
No discurso, Dilma criticou os “pessimistas” e disse que a expansão da fábrica é um exemplo de que os empresários estão confiantes da recuperação da economia do país. “Nenhum empresário investe se não tiver confiança de que obteremos retorno dos investimentos realizados. Em um momento de ajuste e de transição como o que vivemos atualmente, a expansão da fábrica da Fibria torna-se ainda mais relevante, mostra que nossos empresários não se deixam levar por avaliações conjunturais pessimistas e não paralisam suas obras”, avaliou.
Segundo a presidenta, o governo não está parado e tem tomado medidas para garantir investimentos em infraestrutura e aumento das exportações, por exemplo. No discurso lido pela ministra, Dilma também defende o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento de grande projetos. “O BNDES tem papel decisivo na viabilização de investimentos privados de longo prazo. E o debate sobre as ações e os projetos que o banco apoia deve ocorrer com transparência e sem preconceitos ideológicos.”