Segundo acusação,
senador teria recebido propina de R$ 500 mil para obter contratos com a Petrobrás
O ministro
Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de
inquérito contra o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), um dos principais
nomes da oposição.
A investigação
será feita com base nas declarações do empresário Ricardo Pessoa, dono da
construtora UTC, em delação premiada. Pessoa apresentou à Procuradoria-Geral da
República (PGR) que Aloysio Nunes teria recebido R$ 300 mil de forma oficial e
R$ 200 mil em dinheiro de caixa dois para sua campanha ao Senado.
O empresário
afirmou que as doações, oficiais ou não, eram pagamentos de propina para
obtenção de contratos com a Petrobrás.
O senador
negou qualquer tipo de corrupção e disse considerar a declaração um absurdo,
pelo fato de ele ser um político da oposição e, consequentemente, não
intermediar contratos do governo. “É simplesmente absurda a mera suposição de
que eu, oposicionista notório e intransigente aos governos do PT, pudesse favorecer
negócios na Petrobrás”, declarou Aloysio.
“A
investigação das contas da minha campanha ao Senado em 2010, pedida por dr.
Janot, representa um desvio do verdadeiro foco da operação Lava Jato que, como
todos sabem, é o conluio entre empresários, políticos e dirigentes da
Petrobrás, com as bênçãos de Lula e Dilma. Podem investigar à vontade, pois
nada tenho a ver com essa sujeira. Mas que investiguem mesmo: que investiguem
tudo e todos”, declarou.
Os inquéritos
tramitam no Supremo como “ocultos”, situação em que não é possível saber quem
são os alvos, nem mesmo qual é o andamento processual. Eles só se tornarão
públicos se, ao final das investigações, a procuradoria apresentar uma denúncia
e ela for aceita pela corte.
No ano
passado, Aloysio Nunes foi vice da chapa do candidato tucano Aécio Neves para a
presidência. As declarações de Pessoa, no entanto, fazem referência ao período
em que o parlamentar disputava vaga para o Senado.
Em junho,
quando foi acusado por Pessoa, Aloysio Nunes declarou que a doação feita pela
UTC à sua campanha em 2010 “foi efetiva e legalmente arrecadada”, conforme
“consta da prestação de contas encaminhada à Justiça Eleitoral”.
“Em 2010, não
havia operação Lava Jato e eu, como a imensa maioria dos brasileiros, não tinha
conhecimento das relações promíscuas entre a UTC e a Petrobrás”, declarou
Aloysio.
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