quarta-feira, 13 de março de 2013

Líderes da Maranata são presos por ameaçar 20 pessoas


Investigados por desvio de R$ 21 milhões em dízimo, pastores agora são acusados de coagir testemunhas, inclusive com armas. Objetivo era mudar os depoimentos

Presidente nomeado no fim de 2012, o pastor Elson Pedro 
dos Reis fez exame de corpo de delito do DML
Uma testemunha do inquérito que investiga possíveis irregularidades no uso de dinheiro do dízimo da Igreja Cristã Maranata foi ameaçada diretamente, nesta terça-feira (12), logo após as primeiras informações sobre a operação da Polícia Federal e do Ministério Público Estadual que levou à prisão de quatro pastores da igreja. A informação é do promotor de Justiça Paulo Panaro, do Grupo de Atenção Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

"Tão logo a imprensa começou a divulgar a execução dos mandados de busca e de prisão preventiva pela Polícia Federal, essa vítima da coação recebeu três ligações. Em duas delas não se falou nada. Na terceira, o interlocutor que estava do outro lado da linha dizia para a vítima: 'Olha, você viu o que você acabou de fazer? Eu vim de longe para te pegar. Vou só esperar a poeira baixar e você vai ver o que vai acontecer", contou o promotor.

Paulo Panaro disse que um documento, datado e assinado pela testemunha, foi deixado no gabinete dele, no MPES, com essas informações. A ameaça será investigada. O Gaeco vai tentar identificar de onde partiram os telefonemas.

Além da investigação sobre o dinheiro do dízimo, o MPES e a PF começaram a investigar ameaças que testemunhas do inquérito começaram a receber ao longo das apurações dos promotores.

Pelo menos 20 pessoas – incluindo promotores e até uma juíza – foram ameaçadas pela cúpula da Igreja Maranata desde outubro passado. É o que apontam investigações conduzidas pelos Gaeco. A intenção com a coação era fazer com que as pessoas mudassem depoimentos que já haviam prestado e que incriminavam membros da igreja no desvio de recursos do dízimo, um rombo que pode chegar a R$ 21 milhões. E as investidas deram certo: segundo a promotoria, sete pessoas mudaram suas declarações. 

Por essas atitudes, quatro pastores foram presos, na manhã desta terça-feira (13), todos em Vila Velha, pela Polícia Federal, numa operação feita em conjunto com o Gaeco. Entre eles está Elson Pedro dos Reis, pastor nomeado presidente no final do ano passado, depois que a Justiça afastou todos os administradores da igreja. 

Preso em seu apartamento na orla da Praia da Costa, às 6h, ele foi levado ao Centro de Detenção Provisória de Viana assim como outro pastor, Amadeu Loureiro Lopes. Antes, fez exame de corpo de delito no Departamento Médico Legal. 

Outro recolhido foi o pastor, advogado e PM reformado Carlos Itamar Coelho Pimenta, levado ao Quartel da PM em Vitória. Já o líder histórico que presidia a igreja até 2012, Gedelti Victalino Gueiros, ficará em prisão domiciliar por ter mais de 80 anos. Segundo os promotores, dois policiais ficarão na casa dele. As prisões foram decretadas pelo juiz Marcelo Loureiro, da Vara da Central de Inquéritos. 

O promotor Paulo Panaro relata que as apurações apontam, com provas, que testemunhas e autoridades eram coagidas. “Há coações morais e psicológicas.” Mas houve situações mais graves: “Até com uso de armas”, disse. No caso das autoridades do Ministério Público (MP) e do Judiciário, as ameaças eram feitas para convencê-las a mudar atitudes nas investigações ou decisões a serem tomadas. 


Sem tolerância
 O procurador-chefe do MP, Eder Pontes, considerou a situação grave e disse que não vai tolerar interferência no trabalho dos promotores. “O MP não se curvará à pressão de quem quer que decida interferir na apuração do fatos e na ação da Justiça”, frisou, assinalando que quem fizer isso responderá na Justiça. 

Pontes observou que as investigações que apuram as fraudes praticadas por administradores da Maranata não representam uma ação direta contra a igreja. “Pelo contrário: nosso objetivo é preservar a boa imagem da instituição”, disse. 

Entre os crimes cometidos pelos que fizeram as ameaças estão desobediência à Justiça. No fim de 2012, a diretoria da Maranata foi afastada e impedida de cuidar da administração, o que não foi respeitado. Também é considerado o crime de coação no decurso do processo e de formação de quadrilha para colocar as intimidações em prática.

Pastor usou até arma para coagir testemunha
Carlos Itamar Coelho Pimenta, que além de pastor é
advogado e militar reformado, foi levado ao Quartel da PM
Até uma arma foi utilizada por um pastor da Maranata para coagir uma testemunha a mudar o depoimento que prejudicava líderes da igreja. O relato foi feito em depoimento prestado a Paulo Panaro, um dos promotores que apuram os casos de coações contra testemunhas e autoridades.

Panaro relata que a testemunha foi convidada para uma conversa sobre a situação da igreja e, ao chegar ao local, foi surpreendida com a presença de uma arma em cima da mesa. Diante da situação, a testemunha desabafou ao promotor: “Se estão ameaçando até promotores, o que vão fazer comigo?”

Engano 
Em outras situações, as testemunhas eram convidadas a reuniões para tratar de assuntos administrativos de suas igrejas. Ao chegarem, eram surpreendidas com ameaças. “Aproveitavam-se da credulidade dos fiéis. Não faziam ameaças diretas, mas diziam: ‘O que você está fazendo não está bom e está prejudicando pessoas. Seria melhor mudar o que está dizendo para que isso não ocorra. E várias mudaram depoimentos”, disse Panaro.

Também foram constatados casos de fiéis conduzidos a cartórios, com seus pastores para alterar as declarações. “E o teor dos documentos era ditado pelos pastores”, assinalou o promotor Otávio Guimarães

Ele revelou que testemunhas relataram que pastores da Maranata haviam “declarado guerra” a um dos promotores que investigavam o caso. “Quando isso é falado para outra autoridade pública de forma tal que conduza esta autoridade a repensar o que já fez antes, fica claro que estamos tratando de pessoas que, aparentemente, não estão medindo palavras ou transmitindo uma mensagem de intimidação”, pontuou Guimarães.

Foram afirmações como esta que levaram os promotores a pedir a prisão de quatro líderes da Maranata, detidos nesta terça-feira (12). “Somados a outros elementos que indicam a possibilidade potencial de algo mais grave nos levou a uma medida cautelar”, explicou o promotor Guimarães, ao se referir as prisões feitas.

Outra modalidade de ameaça constatada pelos promotores do Gaeco foi a abertura de processos nas áreas cível e criminal. Todos eles foram movidos pela Igreja Maranata contra as pessoas que já prestaram depoimentos no processo e contra autoridades que investigam o caso.

Panaro só teme que as prisões não perdurem o tempo necessário, em decorrência do poder de influência que pastores da Maranata têm em órgãos federais, estaduais e municipais. “As prisões não serão revogadas com o aval do Ministério Público”, assinalou. E o procurador-chefe do MP, Eder Pontes, adiantou: “Não aceitamos ações, sejam de pessoas comuns ou ligadas ao meio jurídico, que venham inibir ou coibir testemunhas ou autoridades que investigam as fraudes. Isto não será tolerado”.

As ameaças

Arma 
Há relato de que uma testemunha foi convidada por um pastor da Maranata a mudar seu depoimento – que a igreja considerava prejudicial a seus líderes – e que a conversa aconteceu com uma arma em cima da mesa.

Cartórios e ditados 
De acordo com os promotores, vários fiéis que prestaram depoimento foram levados a cartórios, conduzidos por seus pastores, para alterar suas declarações. Os novos depoimentos eram ditados pelos pastores.

Medo 
Observações veladas eram ditas aos fiéis, em frases como: “Para o seu próprio bem, é melhor alterar seu depoimento”. Com medo de represálias no aspecto moral e psicológico, fiéis decidiram alterar seus depoimentos.

Autoridades 
Promotores e até uma juíza também foram alvo de ameaças. O objetivo era impedir as investigações ou fazer com que promovessem revisões em suas decisões. Houve casos de depoimentos em que fiéis relataram que pastores “declararam guerra” a um promotor que investiga o caso.

Processos 
Diversas ações, tanto na área cível como na área criminal, foram abertas contra as pessoas que já prestaram depoimentos na Justiça. Isso foi considerado como um mecanismo de coação pelos que investigam o caso. Há processo também contra promotores, além de uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público, em Brasília.  

Gazeta Online

Governo brasileiro proíbe pesca de tubarão galha-branca e tenta ampliar o controle no comércio internacional


A pesca e a comercialização do tubarão galha-branca estão proibidos no Brasil. Instrução normativa publicada hoje (13) no Diário Oficial da União proíbe a pesca direcionada, o armazenamento, o transporte e a comercialização dessa espécie, conhecida cientificamente como Carcharhinus longimanus.
Há alguns anos, as autoridades ambientais tentaram incluir o tubarão galha-branca na lista de espécies ameaçadas do Brasil, mas as pressões do setor pesqueiro impediram a manutenção da espécie nessa lista. Especialistas na área afirmam que as barbatanas desse tipo de tubarão estão entre as mais valiosas no mercado internacional.
A barbatana de várias espécies de tubarão é usada para produção de alguns alimentos e iguarias populares, alertam autoridades norte-americanas responsáveis pela preservação da vida selvagem no país. A estimativa dos Estados Unidos é que, apenas no ano 2000, quase 600 mil tubarões galha-branca oceânicos tenham sido vendidos globalmente no comércio de barbatanas.
No Brasil, o governo conseguiu, por enquanto, controlar a exploração dessa espécie. Com a regra publicada hoje, além de proibir a pesca e a comercialização do galha-branca, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) definiu que os animais capturados de forma incidental também sejam, obrigatoriamente, devolvidos inteiros ao mar, mesmo que estejam mortos.
As regras não valerão apenas para as capturas com fins de pesquisa científica, autorizadas pelos órgãos ambientais. O governo alertou que vai suspender os cadastros, as autorizações, inscrições, licenças, permissões ou os registros da atividade pesqueira de embarcações, pescadores profissionais ou amadores e de indústrias de pesca que desrespeitarem a proibição.
Em Bangkok, na Tailândia, onde, há uma semana, ocorre a Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), o Brasil mantém os esforços para manter a aprovação do item que prevê maior controle no comércio internacional de algumas espécies de tubarões e arraias, incluindo o galha-branca.
A proposta apresentada para evitar a extinção desses animais foi aprovada por mais de dois terços dos votos das mais de 100 delegações presentes. Ainda assim, negociadores brasileiros relatam que alguns países que têm mais interesse nesse comércio tentam reabrir as votações. É o caso da China e do Japão, por exemplo.
O impasse, em nível internacional, deve ser concluído ainda esta semana, quando terminam as negociações sobre o comércio internacional de espécies ameaçadas. 
Agência Brasil

Trânsito na capital paulista provocou 1.231 mortes em 2012

São Paulo – Os acidentes de trânsito e atropelamentos provocaram a morte de 1.231 pessoas na capital paulista em 2012, segundo levantamento divulgado hoje (13) pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). De acordo com o Relatório Anual de Acidentes de Trânsito Fatais, houve uma redução de 9,8% em relação a 2011, quando foram registradas 1.365 mortes. 


Segundo a CET, a queda do índice geral de mortes no trânsito é reflexo da diminuição das mortes de pedestres e motociclistas.

As mortes por atropelamentos caíram 12,5%. No ano passado, 540 pedestres morreram no trânsito paulistano. Em 2011, o total chegou a 617. Em relação aos motociclistas, foram 74 mortes a menos em 2012 em relação ao ano anterior, que teve 512 mortes. Os números mostram uma redução de 14,4%.

Já ciclistas e motoristas/passageiros tiveram leve acréscimo nas taxas. Foram três mortes a mais de ciclistas no ano passado, passando de 49 para 52 vítimas do trânsito. O total de motoristas e passageiros mortos em acidentes, por sua vez, chegou a 201 ante 187 no ano anterior, uma elevação de 7,5%.
Os homens (79,3%) são maioria entre os mortos em acidentes de trânsito em São Paulo. A prevalência do sexo masculino ocorre em todos os tipos de usuários. Entre os ciclistas, eles representam 98,1% dos mortos. O percentual também é alto entre motociclistas, com 92,9%. Entre motoristas e passageiros, a taxa de homens mortos é 80,6%.
No caso das mortes por atropelamento, as mulheres representam 34,1% das vítimas, com um total de 184 registros, e os homens, 65,9% (356 óbitos).
A idade média das mortes no trânsito é 39 anos. Entre os motociclistas, a média é mais baixa, 29 anos, e entre pedestres, sobe para 50 anos.
Agência Brasil

Grã-Bretanha cancela planos de mudar regime de vistos para brasileiros


Brasília – Planos da Grã-Bretanha de impor restrições à concessão de vistos para turistas brasileiros foram arquivados pela ministra do Interior britânica, Theresa May.


Assim como norte-americanos, canadenses e australianos, brasileiros podem visitar a Grã-Bretanha por até seis meses sem visto.
A secretária do Interior havia cogitado modificar as regras em vigor no país devido ao elevado número de imigrantes ilegais brasileiros que entram anualmente na Grã-Bretanha.
Da BBC Brasil

Curiosidade sobre o Brasil aumentou com a possibilidade de um papa brasileiro, diz embaixador


Vaticano – A curiosidade e a busca por informações sobre o Brasil aumentaram nos últimos dias, depois que a imprensa internacional passou a citar o arcebispo deSão Paulo, dom Odilo Scherer, 63 anos, como possível sucessor do papa emérito Bento XVI. O embaixador do Brasil no Vaticano, Almir Franco Sá Barbuda, disse hoje (13) à Agência Brasil que perdeu as contas de quantas entrevistas concedeu. Ele não esconde a torcida por um papa brasileiro.

Arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer

“Estou na torcida, só não vou dizer para quem. Mas seria muito bom ter um papa brasileiro”, ressaltou Sá Barbuda. “Sem a menor dúvida aumentou demais a quantidade de pedidos de entrevistas e informações sobre o Brasil e os cardeais brasileiros. As pessoas querem saber se ele irá mais ao Brasil. Mas digo que 'acho difícil', pois Bento XVI é alemão e, nem por isso, passou a ir mais para a Alemanha.”

A Embaixada do Brasil no Vaticano fica em frente à Praça São Pedro e a poucos metros da Capela Sistina, onde está instalada a chaminé da qual sairá a fumaça – branca, no caso de escolhido o papa e escura, se não houver consenso entre os cardeais do conclave. O embaixador disse que, como os fiéis e peregrinos que fazem vigília na praça, está ansioso para ver a fumaça.

“Sou católico e é uma emoção muito grande assistir a tudo isso”, disse Sá Barbuda. Ele e os funcionários da embaixada têm o privilégio de poderem ver da janela do trabalho a fumaça que sairá da chaminé da Sistina. “Estamos todos aguardando para qualquer momento”, ressaltou o embaixador, reproduzindo a reação da maioria dos que estão na Praça São Pedro à espera da indicação do conclave.

Na sala do embaixador, há fotografias de vários cardeais brasileiros, inclusive dos cinco que participam do conclave: dom Odilo Scherer, dom Geraldo Majella, arcebispo emérito de Salvador, dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, dom João Braz de Aviz, atual prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Agência Brasil/EBC

Fiéis esperam papa próximo ao povo, humano e moderno


Vaticano – O clima de frustração predominou entre os fiéis e curiosos que aguardaram ontem (12) a fumaça da chaminé da Capela Sistina – que revela a decisão do conclave -, na Praça de São Pedro. Muitos esperavam a fumaça em meio a orações, enquanto outros disseram estar conformados, pois torcem que o sucessor do papa emérito Bento XVI atenda às expectativas dos católicos.

Os brasileiros e estrangeiros de passagem pelo Vaticano demonstraram compreensão com a demora na decisão. Porém, as opiniões sobre como deve ser o sucessor de Bento XVI aumentam à medida que o conclave é estendido. Os fiéis esperam que o papa eleito seja próximo ao povo, humano e moderno.  
A aposentada chilena Glória Flores disse ter claro o perfil do papa eleito. “Espero que seja um homem próximo ao povo, sensível e humano”. A amiga dela, também chilena, Jenny Iara, acrescentou que o sucessor de Bento XVI deve “viajar pelo mundo e aproximar-se das pessoas”. Ambas disseram estar confiantes na decisão que será tomada pelo conclave.
O empresário de São Paulo Alexandre Xavier, em viagem de turismo pela Itália, disse esperar que os cardeais escolham um papa que corresponda ao mundo atual. “O papa eleito deve ser moderno, como o século 21, com ideias novas”, disse ele, lembrando que escândalos e denúncias devem ser investigados. “Passou o tempo em que tudo isso era escondido.”
Agência Brasil/EBC

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