Dag Vulpi - Em entrevista concedida
a um jornal da capital o governador derrotado nas urnas Renato Casagrande, conta
sua versão de como foi “traído” pelo candidato eleito em outubro último, o peemedebista
Paulo Hartung. Ainda segundo ele, articulará a formação de um grupo político formado
por lideranças do estado, onde ele será o coordenador. Parece que de tanto participar
dessa pratica, porém como liderança e não como coordenador, dessa vez será o socialista que tomará frente à liderança da geopolítica capixaba.
A prática de
formar e coordenar grupo com lideranças políticas aqui no ES sempre teve
iniciativa e foi tocado com maestria por Hartung, grupos nos quais, Casagrande
sempre teve presença garantida e, certamente aprendeu a receita para tocar o projeto
de poder. Resta saber se o atual
governador e candidato derrotado nas urnas encontrará eco nessa sua tentativa
de aglutinar lideranças, afinal, as lideranças que sempre estiveram presentes
nos grupos coordenados por Hartung dificilmente se rebelarão exatamente agora que atingiram seu objetivo maior,
excetuando-se logicamente aqueles participantes que por acaso ficarem fora do
projeto de governo do peemedebista. É a criatura voltando-se contra seu
criador.
Por Renata Oliveira no Seculo Diário
Nada de
balanço da gestão. Depois de repetir em vários veículos as realizações de seu
mandato, o governador Renato Casagrande concede a Século Diário neste fim de
semana uma entrevista com o balanço político de seu governo e dos episódios
anteriores e posteriores às eleições deste ano, marcadas pelo fim da aliança
política entre ele e o governador eleito, Paulo Hartung (PMDB).
O governador
contou como foi a conturbada relação com o peemedebista desde 2010, quando ele
se tornou candidato palaciano ao governo, com o apoio de Hartung, em troca de
um governo compartilhado com seu apoiador. Acordo que manteve durante todo o
seu governo, mas que não impediu que o peemedebista o traísse neste processo
eleitoral.
Casagrande
também faz uma avaliação dos motivos que o levaram a sair derrotado da eleição
deste ano. Reconhece que a estratégia de seu adversário foi bem eficiente e que
a eleição poderia ter segundo turno se ele não tivesse percebido tarde demais
qual era o objetivo de Hartung.
O governador
também falou do episódio da avaliação das contas do exercício de 2013, em que
saiu vitorioso na Assembleia Legislativa, e acredita que se trata de uma nova
postura da Casa de não aceitar a submissão ao poder executivo.
Ele também
fala de futuros projetos. Casagrande pretende coordenar um grupo político que
vai ter peso na disputa de 2016, embora evite dar pistas sobre a disputa de
cargos. Mas garante que não vai permitir que seu governo seja desconstruído
pelo seu sucessor, sem reagir.