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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Alfabetização entre crianças mais ricas é até 6 vezes maior que entre as pobres


Agência Brasil
As desigualdades na qualidade da educação começam cedo no Brasil, e crianças de famílias com nível socioeconômico mais alto têm desempenho considerado adequado desde a alfabetização. Entre aquelas com nível socioeconômico mais baixo, o percentual das que têm aprendizado adequado chega a ser seis vezes menor.

Os dados são de levantamento feito pelo movimento Todos pela Educação (TPE), com base nos resultados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) de 2014. Entre as crianças que pertencem a camadas mais pobres da população, ou seja, cuja família tem renda de até um salário mínimo (R$ 937), apenas 45,4% têm o nível adequado, estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) em leitura; 24,9%, em escrita; e 14,3%, em matemática.

Entre as crianças de famílias mais ricas, com renda familiar acima de sete salários mínimos (R$ 6.559), os percentuais aumentam: 98,3% têm nível considerado adequado em leitura; 95,4%, em escrita, e 85,9%, em matemática. O levantamento do TPE levou em consideração o Indicador de Nível Socioeconômico (Inse) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que além de renda, inclui outros dados, como a escolaridade dos pais ou responsáveis.

"O que preocupa é notar que as desigualdades começam muito cedo", diz o gerente de Conteúdo do Todos pela Educação, Ricardo Falzetta. "Se tivesse um sistema funcionando muito bem, todos teriam as mesmas oportunidades, independentemente de raça, cor, religião, localidade. As condições socioeconômicas não mudam a capacidade da criança de aprender. Se tiver educação de qualidade, ela vai ter a mesma aprendizagem que qualquer outra criança."

A ANA é uma prova aplicada em todo o país para alunos do 3º ano do ensino fundamental, etapa em que se completa o ciclo de alfabetização. Pelos critérios do MEC, um desempenho adequado significa tirar pelo menos 500 pontos na prova escrita; mais de 425 em leitura; mais de 525 em matemática. No total, 2,5 milhões fizeram as provas em 2014. Desses, 1,4 milhão não têm aprendizagem adequada em matemática, 865 mil não têm em escrita e 558 mil não têm em leitura.

Esses estudantes não são capazes, por exemplo, de localizar informações em um texto ou de entender a sua finalidade. Em matemática, não são capazes de comparar quantidades ou de dividir pela metade.

Alfabetização obrigatória

"Essas crianças estão avançando nas séries sem o devido desenvolvimento. O domínio da língua passa a ser cada vez mais fundamental para avançar em todas as áreas", diz Falzetta. Ele ressalta, no entanto, que não é possível desistir dessas gerações. "Não adianta dizer que a culpa é de quem não alfabetizou direito. Tem que entender que vai haver crianças em turmas heterogêneas e que é preciso ter estratégias para cada grupo."

Ele reforça que ter uma escola bem preparada, com infraestrutura básica, acervo de livros disponível e que seja usado pelos professores, uma boa formação dos professores e participação dos pais, colabora para uma educação de qualidade, não apenas nos anos iniciais, mas em toda a escolarização.

Além disso, atenção maior deve ser dada aos grupos mais vulneráveis, para que avancem juntos. Os dados mostram que as desigualdades existem entre aqueles que moram na cidade e no campo e entre as regiões do país. A diferença no percentual de crianças com alfabetização adequada entre a área urbana e a rural chega a 14 pontos percentuais em leitura; 20,6 pontos, em escrita; e 17,5 pontos, em matemática, sendo que aqueles que moram na cidade têm melhor desempenho.

Entre as regiões, o Norte e o Nordeste registram os menores percentuais de crianças com alfabetização adequada. A diferença dessas regiões para as de melhor desempenho – Sudeste em leitura e matemática, e Sul em escrita – chega a 32 pontos percentuais em matemática 38,6 em escrita e 23,7 em leitura.

Fundado em 2006, o movimento Todos pela Educação estabelece cinco metas para que, até 2022, o Brasil garanta a todas as crianças e jovens o direito à educação de qualidade. Entre as metas está a de ter toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos. Por lei, pelo Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado em 2014, o Brasil deve, até 2024, alfabetizar todas as crianças até o 3º ano do ensino fundamental.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Escola Sem Partido: quem são os gurus e os fiéis da seita.




Por : Mauro Donato* no DCM

Alexandre Frota não é o autor do Escola Sem Partido. Sua caricata figura apenas tornou a coisa mais visível. Inadvertidamente, prestou um favor para que o tema ganhasse repercussão.

Tampouco é de agora esse movimento. Vem de 2004, mas certamente que as ocupações dos secundaristas deixaram os defensores dessa aberração com os cabelos em pé e estejam aproveitando o período interino de Michel Temer e seus apaniguados para avançar com o projeto.

Então quem está por trás desse nefasto plano de criar analfabetos políticos?

Miguel Nagib é o pai da criatura. Em 2003, sua filha chegou da escola dizendo que o professor de história havia equiparado Che Guevara a São Francisco de Assis. Foi o bastante para que ele se mobilizasse. Nagib é advogado, procurador do Estado de São Paulo e estava indignado com a “doutrinação política e ideológica dos alunos por parte dos professores”, com a “usurpação dos direitos dos pais na educação moral e religiosa de seus filhos”, e seja lá o que ele quis dizer com isso, no ano seguinte nascia o Escola Sem Partido.

Para Nagib “os pais têm direito a que seus filhos recebam a educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.” Em sua convicção tacanha, o advogado ignora que o papel da escola é exatamente o de mostrar o mundo que existe do outro lado do muro.

É autor também de um anteprojeto de lei que torna obrigatória a afixação de um cartaz (no formato 50X70 cm, ele específica) em todas as salas de aula com os “Deveres do Professor”. É um desfile de ‘não pode isso’, ‘não pode aquilo’. A quinta regra, entretanto, não traz uma proibição: “O Professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções”. Ponha-se no lugar de um docente, leitor. Uma sala, 35 a 40 alunos, cada um com sua moral, suas crenças, seus costumes, suas convicções. Como se faz? É preciso estar com a mente muito confusa para propor algo assim.

Mas se a ideia brotou na cabeça retrógrada de um pai conservador, os deputados que encabeçam os projetos de lei para implantação do Escola Sem Partido nos estados são um show à parte.

Em Brasília, o autor é Izalci Lucas (PSDB). O deputado Izalci é, de fato, um nome ligado a educação. Proprietário de uma escola particular nos anos 80, o tucano invadiu um terreno que pertencia a uma escola pública. Invadir áreas públicas parece ser o fraco do deputado. Sua mansão no Lago Sul também ocupava ilegalmente e tornava privativa a orla do lago brasiliense.

Sempre no tema educação, em sua campanha eleitoral o deputado Izalci recebeu doações de empresas que depois foram agraciadas com recursos do Programa DF-Digital sem que precisassem se submeter a licitação pública. Como secretário de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal, Izalci Lucas destinou milhões de reais dos cofres públicos para que essas empresas fornecessem equipamentos de informática para cursos de capacitação profissional oferecidos pela Fundação de Amparo à Pesquisa (FAP-DF), que era subordinada à sua pasta. Pelo esquema de subcontratações irregulares, Izalci está com seus sigilos fiscal e bancário quebrados a pedido do STF.

No Rio de Janeiro, quem assina o projeto de lei é Flavio Bolsonaro, da família que dispensa apresentações. Os Bolsonaro, como não poderia deixar de ser, também fazem imensa confusão com o termo ‘ideologia’ na cabeça de seus eleitores e o mais famoso deles, o patriarca Jair, no ano passado emitiu mais uma de suas pérolas ao comentar a prova do ENEM.

Numa questão de ciências humanas que abordava o tema das lutas feministas, foi citada uma frase da escritora e filósofa Simone de Beauvoir. Em reação, Jair Bolsonaro postou nas redes sociais: “O sonho petista em querer nos transformar em idiotas materializa-se em várias questões do ENEM”, que ele define como ‘Exame Nacional do Ensino MARXISTA’.

Embora não causem mais espanto com absolutamente nada que venham a dizer ou fazer, os Bolsonaro são a representação dos graves prejuízos que a proposta provocará sobre as questões de gênero, caso seja aplicada.

Claro está que os políticos surfam na onda de apoiadores/incentivadores do tal movimento para tirar uma casquinha. Gente do gabarito de Alexandre Frota, de Marcelo Reis do Revoltados OnLine ou da inacreditável Beatriz Kicis, outra advogada e procuradora brasiliense que tem diversos vídeos no youtube nos quais está sempre ao lado da dupla dinâmica Frota & Reis ou então com seu ídolo maior, Olavo de Carvalho.

Aparvalhada, entrou de cabeça no Escola Sem Partido. “A doutrinação ideológica é feita desde o primário. Tem até banheiro com ideologia de gênero! O que é isso? Onde estamos? Estamos perto de virar uma Venezuela!” Estarmos nos tornando uma Venezuela tornou-se seu mantra obsessivo.

Beatriz Kicis é uma amostra fiel dos seguidores desse movimento. Declara ser defensora da “família” e ao mesmo tempo considera a Lei da Palmada um “abuso por tirar a autoridade dos pais”. Defende mas espanca, entendeu? Faz parte de uma turma que possui um lema de cunho ditatorial: “Meu filho, minhas regras”.

O Escola Sem Partido nasceu, segundo seu fundador, como “reação ao fenômeno da instrumentalização do ensino para fins político-ideológicos, partidários e eleitorais”. A partir daí tem ganhado volume e seguidores tão abilolados que defendem a exclusão de disciplinas como Filosofia e Sociologia. “Se História e Geografia já serviam de plataforma para a militância ideológica, imagine o que vai acontecer com a Filosofia e a Sociologia!”, afirmou o amedrontado Miguel Nagib.

Esse projeto que busca neutralizar o professor como agente de promoção da pluralidade, que visa formar idiotas completos, por vezes esbarra no cômico. É comum cairmos na risada quando nos deparamos com suas parvoices, mas na realidade trata-se de um perigo público alguém que difunda a ideia de que um professor pode transformar seu filho em um índio ou num gay.

Quando até o papa da igreja católica é mais progressista que um cara desses, a coisa tá feia.



*Mauro Donato - Jornalista, escritor e fotógrafo nascido em São Paulo.

terça-feira, 2 de abril de 2013

BULLYNG NAS ESCOLAS


Bulling é uma discriminação, feita por alguns cidadãos contra uma única pessoa. Mas não é uma coisa simples, que se pode vencer de um dia para o outro. Bulling é um mal que se carrega durante um período da vida muitíssimo grande. Quando alguém diz que seu cabelo está estranho, você provavelmente vai correndo para o espelho mais próximo para se arrumar. Agora imagina duas, três, dez pessoas, todo o dia, falando mal do seu cabelo, de coisas que você não tem culpa por ter ou muitas vezes por não ter.

Sim, isso seria completamente insuportável, quer dizer, sua alto estima fica lá embaixo, e os malvados causadores do bulling seriam os heróis. O que você faria? Se mataria? Sim, existem crianças que se suicidam, mas não com a idéia de que a vida delas é uma droga, e, sim, de que eu vou morrer porque sou feia e tudo que eles dizem é verdade.

Apelidos como "rolha de poço", "baleia", "quatro olhos", vara pau entre outros  e atitudes como chutes, empurrões e puxões de cabelo.  Alunos "esforçados" que geralmente sofrem  represalias por parte de seus colegas em geral não por caracteriticas fisicas mas também intelectuais  são comportamentos típicos de alunos em sala de aula. Brincadeiras próprias da idade? Não. São atos agressivos, intencionais e repetitivos, que ocorrem sem motivação evidente e que caracterizam o chamado fenômeno bullying. 

Sem equivalente na língua portuguesa, bullying é um termo inglês utilizado para designar a prática  desses atos agressivos. As conseqüências são o isolamento, a queda do rendimento escolar, baixa auto-estima, depressão e pensamentos negativos de vingança. 

Estudos mundiais revelam que, de 5% a 35% dos alunos estão envolvidos nesse tipo de comportamento. No Brasil, alguns estudos demonstraram que esses índices chegam a 49%. 

O encontro abordará o fenômeno nos seus diversos aspectos: escolar, familiar, social, cultural, ético-legal e saúde. O foco principal do evento será o debate, com o objetivo de despertar os profissionais para que se envolvam e se comprometam com a problemática. "A proposta não se limita apenas a discutir medidas pontuais, mas elaborar ações estratégicas que auxiliem a parceria escola-família a romper com a dinâmica bullying", explicou Cléo Fante, membro da comissão organizadora, pesquisadora e autora do livro Fenômeno Bullying, da Editora Verus.

Com os avanços da tecnologia, esse constrangimento saiu das escolas onde era um lugar comum dessa prática e  partiu para internet e ganhou força. A nova prática recebeu o nome de “Cyberbulling” e se infiltrou em correios eletrônicos, blogs, Orkut, Msn, etc. O agressor nesse caso, muitas vezes escondido atrás de um apelido, dissemina sua raiva e felicidade enviando mensagens ofensivas a outras pessoas. Em muitos casos, ele exibe fotos comprometedoras, altera o perfil das vítimas e incita terceiros a reforçar o ataque. O único propósito é a humilhação da vítima e isolamento daquele que é considerado mais fraco ou diferente.

 “Quem agride, quer que o seu alvo se sinta infeliz como na verdade ele é. É provável que o agressor também tenha sido humilhado um dia, descarregando no mais frágil a sua própria frustração e impotência”(Maluh Duprat).

 Não é interessante responder às provocações, pois isso aumentaria a raiva do agressor e é exatamente isso que ele quer. “Outra coisa importante é não manter segredo da ofensa, intimidando-se. Pode ser um bom momento de lidar com os próprios complexos, de superar com a ajuda da família ou dos superiores no trabalho uma situação de confronto maior que seus recursos internos”.

Bulling não é nada bom, e se você conhece alguém que sofre com isso, ajude-o. Pois você se beneficiará com uma nova amizade ou quem sabe salvando uma vida.


Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

Os conteúdos dos textos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores, e nem sempre traduzem com fidelidade a forma como o autor do blog interpreta aquele tema.

Dag Vulpi

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