terça-feira, 25 de junho de 2024

O BC está Boicotando o Governo e, Consequentemente, os Mais Pobres


Dag Vulpi 25 de Junho de 2024


Com a inflação sob controle e dentro das metas estipuladas, a exorbitante taxa SELIC teimosamente mantida pelo BC nitidamente representa um boicote ao atual governo, atingindo principalmente as classes menos favorecidas.

Em um cenário econômico onde a inflação está controlada e dentro das metas estabelecidas pelo governo, mas as taxas de juros são desproporcionalmente altas, setores como o financeiro, de seguros, de tecnologia e inovação, e de energia tendem a se beneficiar. Por outro lado, importantes setores da economia ficam fragilizados, impactando significativamente tanto o índice de desemprego quanto o crescimento do PIB.

Setores que Mais Ganham:

1. Setor Financeiro
O setor financeiro, incluindo bancos, instituições de crédito e empresas de serviços financeiros, tende a se beneficiar diretamente de taxas de juros altas. Essas instituições podem cobrar juros mais elevados sobre empréstimos, aumentando suas margens de lucro. A estabilização da inflação proporciona um ambiente previsível, favorecendo investimentos seguros e rendimentos estáveis.

2. Setor de Seguros
Empresas de seguros lucram com taxas de juros altas porque podem investir os prêmios recebidos em títulos de renda fixa, como títulos do governo, que oferecem rendimentos mais elevados. A inflação estabilizada também ajuda a prever custos futuros, melhorando a gestão de riscos.

3. Setor de Energia
O setor de energia, especialmente empresas de petróleo e gás, pode se beneficiar de uma inflação estabilizada, que traz previsibilidade aos custos operacionais. Além disso, as taxas de juros altas atraem investidores em busca de rendimentos estáveis, favorecendo investimentos de longo prazo em infraestrutura energética.

Setores que Mais Perdem:

Setor Imobiliário Residencial
Com os juros altos, o custo dos financiamentos imobiliários aumenta, reduzindo a demanda por novos imóveis. Isso leva a uma desaceleração na construção de novas habitações, resultando em menos empregos na construção civil, arquitetura e outros serviços relacionados. Além de diminuir a contribuição deste setor para o PIB, uma vez que a construção civil é um componente importante do crescimento econômico.

Setor de Consumo Discricionário
Empresas desse ramo sofrem com a queda na demanda devido aos custos de crédito mais altos. Isso leva a cortes de empregos no varejo, manufatura e distribuição. A redução na receita dessas empresas afeta a arrecadação de impostos, impactando negativamente o crescimento do PIB.

Setor de Pequenas e Médias Empresas (PMEs)
PMEs são particularmente vulneráveis a juros altos, pois dependem de empréstimos para financiar suas operações e expansão. Com custos de capital elevados, muitas PMEs podem reduzir seu quadro de funcionários ou fechar, aumentando o desemprego. As PMEs são fundamentais para a economia, contribuindo significativamente para o PIB. A fragilização desse setor pode levar a uma queda na produção e na inovação, prejudicando o crescimento econômico.

Setor de Construção Civil
A construção civil é intensiva em mão de obra. Juros altos aumentam os custos de financiamento de projetos, reduzindo a atividade no setor. Isso resulta em demissões em massa e aumento do desemprego. A redução na construção de novos projetos tem um efeito multiplicador negativo, afetando fornecedores de materiais, transportadoras e outros setores relacionados, diminuindo assim a contribuição da construção civil para o PIB.

Setor de Turismo e Lazer
Com o crédito ao consumidor caro, menos pessoas gastam em viagens e atividades de lazer. Empresas do setor podem enfrentar dificuldades financeiras, levando a cortes de empregos em hotéis, restaurantes e agências de turismo. O turismo e lazer são importantes fontes de receita. A fragilização desse setor reduz o fluxo de turistas e gastos associados, impactando negativamente o PIB.

Setor Industrial
A indústria depende de financiamento para operações e expansão. Juros altos aumentam os custos dos empréstimos, levando empresas a cortar investimentos e reduzir seu quadro de funcionários. A indústria é um motor de crescimento econômico. Menores investimentos resultam em menor produção, inovação e competitividade, reduzindo a contribuição do setor industrial para o PIB.

A combinação de uma inflação controlada e juros desproporcionalmente altos pode ter efeitos adversos significativos sobre o índice de desemprego e o crescimento do PIB. Setores como o imobiliário residencial, de consumo discricionário, de PMEs, de construção civil, de turismo e lazer, e industrial são especialmente vulneráveis. A fragilização desses setores leva a uma redução na criação de empregos e no investimento, o que por sua vez reduz o consumo e a produção econômica. Para amenizar esses impactos, é crucial que haja um controle responsável da inflação, mas com taxas de juros que criem estímulo ao crescimento e ao emprego.

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