quinta-feira, 21 de maio de 2020

ARREPENDIMENTO



Dag Vulpi 05/05/20

É mais que compreensível, diria até esperado, que a pessoa se arrependa por cometer um erro.

Se por um lado o equívoco é um erro, por outro, o arrependimento é uma virtude que nos leva a mudar de opinião ou de comportamento em relação ao erro acontecido.

As consequências decorrentes dos equívocos cometidos são as balizadoras do nível de arrependimento. Quanto mais danosas as consequências, maior será o nível de arrependimento.

Tomemos por exemplo alguns equívocos trágicos, ocorridos ao longo da história e que "cobraram", um aínda cobra, um preço muito alto da humanidade.

"Apesar de suas enormes diferenças, Hitler, Mussolini e Chávez percorreram caminhos que compartilham semelhanças espantosas para chegar ao poder. Não apenas todos eles eram outsiders com talento para capturar a atenção pública, mas cada um deles ascendeu ao poder porque políticos do establishment negligenciaram os sinais de alerta e, ou bem lhes entregaram o poder (Hitler e Mussolini), ou então lhes abriram a porta (Chávez)."

["Como as democracias morrem" de Steven Levitsky]

"Dito" isso, com o intuito de alertar meus leitores da gravidade de um equívoco e a proporção que nosso ARREPENDIMENTO poderá atingir, trago abaixo uma ilustração para minhas considerações.

Confira:

"Surgira uma séria disputa entre o cavalo e o javali que viviam num mesmo pasto. E, como o javali a todo momento destruía a relva e turvava a água, o cavalo tomou a decisão de vingar-se. Então, o cavalo foi a um caçador e pediu ajuda para se vingar. O caçador concordou, mas disse: “Se deseja derrotar o javali, você deve permitir que eu ponha esta peça de ferro entre as suas mandíbulas, para que possa guiá-lo com estas rédeas, e que coloque esta sela nas suas costas, para que possa me manter firme enquanto seguimos o inimigo. ” O cavalo aceitou as condições e o caçador logo o selou e bridou. Assim, com a ajuda do caçador, o cavalo logo venceu o javali, e então disse:“ Agora, desça e retire essas coisas da minha boca e das minhas costas.” “Não tão rápido, amigo”, disse o caçador. “Eu o tenho sob minhas rédeas e esporas, e por enquanto prefiro mantê-lo assim.”

[“O javali, o cavalo e o caçador”, Fábulas de Esopo]

Moral: Assim, muitas pessoas, movidas por uma cólera irracional, caem elas mesmas submissas a outrem, por desejarem vingar-se dos inimigos.

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