A
administradora do prédio, Patrícia Queiroz dos Santos, em depoimento à PF,
confirmou as informações de Silveira.
O
dono do imóvel que abrigava a fortuna de R$ 51 milhões atribuída ao ex-ministro
Geddel Vieira Lima (PDMB), Silvio da Silveira, afirmou à Polícia Federal que
entregou as chaves do apartamento nas mãos do deputado Lúcio Vieira Lima
(PMDB-BA) no começo de 2016.
A
administradora do prédio, Patrícia Queiroz dos Santos, em depoimento à PF,
confirmou as informações de Silveira.
Segundo
documentos a que a reportagem teve acesso, ela disse também que já presenciou
uma ligação do empresário, do ramo da construção, para "os irmãos"
pedindo ajuda para a pavimentação de vias na Bahia.
Silveira
disse à polícia que tem relação de amizade com Lúcio há dez anos.
Os
depoimentos de ambos foram alguns dos elementos da investigação que embasaram
as buscas no gabinete e no imóvel do parlamentar Lúcio Vieira Lima nesta
segunda-feira (16).
Depoimentos
O
dono do imóvel onde estava o bunker de Geddel contou à PF que inicialmente
emprestou a Lúcio o apartamento número 202. A unidade, porém, foi vendida em
seguida e, então, disponibilizou o número 201 para o amigo.
O
pedido foi feito após a morte do pai dos irmãos, Afrísio Vieira Lima, em
janeiro de 2016.
"Que
considerando a amizade o declarante concordou prontamente [com o pedido de
Lúcio], chegando na unidade 202 juntamento com Lúcio para lhe mostrar o
apartamento e lhe entregar a chave. Que na ocasião Lúcio recebeu a chave, mas
não trazia consigo nenhum pertence. Que ainda em 2016 a unidade 202 foi vendida
e então o declarante ofereceu o apartamento vizinho de frente, ou seja, o 201,
o que foi de fato recebido por Lúcio", consta no termo de depoimento de
Silveira.
Segundo
o empresário, poucas unidades foram vendidas no local. De acordo com apuração
da reportagem, há atualmente apenas cinco moradores no edifício.
À
PF, a administradora do prédio em que foi encontrado o "tesouro" de
Geddel disse que o ex-ministro e o irmão não pagavam aluguel pelo uso do local.
Porém, relatou já ter visto Silveira pedir favores à dupla.
"Já
viu foi Sílvio ligando para os irmãos, por exemplo, para pedir que vias sejam
pavimentadas em acessos de empreendimentos que as empresas do grupo do qual
Sílvio faz parte fizeram a construção", declarou, segundo transcrição da
PF.
Patrícia
disse que os irmãos têm alguma relação com Silveira, não sabendo afirmar se
apenas profissional ou de amizade. Ela confirmou que o apartamento foi cedido
pelo empresário a "Lúcio e Geddel", para guardar supostamente
pertences do pai, que falecera no início de 2016.
A
administradora também corroborou com a versão de que os irmãos deixaram
"algumas malas e caixas" inicialmente na unidade 202.
"Não
pode precisar se foram os próprios Lúcio ou Geddel quem se responsabilizaram
(sic) por levar as malas e caixas, já que não estava no local naquela
oportunidade", acrescentou.
Com informações da Folhapress.
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