O
juiz federal Francisco Eduardo Guimarães Farias, titular da 14ª Vara Federal no
Rio Grande do Norte, aceitou integralmente a denúncia protocolada pelo
Ministério Público Federal contra os ex-deputados federais Eduardo Cunha e
Henrique Eduardo Alves, nessa sexta-feira (30). Segundo nota da Justiça Federal
do Rio Grande do Norte, divulgada hoje (1º), os dois estão supostamente
envolvidos na investigação conhecida como Operação Manus, que indica desvio de
recursos públicos, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva a partir de
contratos operacionalizados com as construtoras OAS, Odebrecht e Carioca
Engenharia.
A
Operação Manus é um desdobramento da Lava jato que investiga atos de corrupção
ativa e passiva e de lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas,
em Natal, no Rio Grande do Norte. O superfaturamento identificado chega a R$ 77
milhões, segundo a Polícia Federal.
“Tem-se
que há farta justa causa para a continuidade do processo e recebimento da
denúncia por todos os crimes imputados aos réus, inclusive o de possível
organização criminosa, ante a plausível união dos acusados para cometimento dos
delitos expostos na peça inaugural”, escreveu o juiz, ressalvando que a
imputação, neste crime de organização criminosa, é contra os réus Eduardo
Cunha, Henrique Eduardo Alves, José Adelmário Pinheiro Filho, Fernando Luiz
Ayres da Cunha Santos Reis, haja vista que sobre eles já recai referida
imputação no contexto da "Operação Lava Jato".
A
acusação traz três núcleos do suposto esquema criminoso: o político, operado
por Eduardo Cunha e Henrique Alves; o econômico, por José Adelmário Pinheiro
Filho (Léo Pinheiro) e Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, e o financeiro
por Carlos Frederico Queiroz Batista Silva e Arturo Dias de Arruda Câmara.
Segundo
a nota, no caso do núcleo político, a peça inaugural relata que os acusados,
entre os anos de 2012 e 2015, teriam solicitado e aceitado propinas no valor de
até R$ 11,5 milhões, de forma oculta e disfarçada, por meio de supostas doações
feitas ao Diretório Nacional do Partido do Movimento Democrático Brasileiro
(PMDB), legenda da qual os acusados são integrantes, dentro e fora do período
eleitoral, para, em contrapartida, de forma política e parlamentar, favorecer
empreiteiras do núcleo econômico da organização criminosa, além de outras
empresas não incluídas na ação.
do grupinho do temer.
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