Após
mais três horas de sessão, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
continuam debatendo sobre a questão preliminar que pode reduzir o alcance das
provas obtidas, como a inclusão dos depoimentos de delação premiada de
ex-diretores da empreiteira Odebrecht no processo sobre a cassação da chapa
Dilma-Temer, vencedora das eleições presidenciais de 2014. A sessão foi
suspensa para um breve intervalo e já foi retomada.
Na
primeira parte de seu voto, o relator, ministro Herman Benjamin, argumentou que
as cópias das delações da Odebrecht foram anexadas ao processo a pedido das
defesas e que a inclusão “não foi inventada” por ele.
Segundo
o ministro, não como há como separar, para fins de fiscalização pela Justiça
Eleitoral, os valores que foram recebidos de forma ilícita e de forma legal. O
pedido para retirar as delações foi feito durante o julgamento pelos advogados
de defesa da ex-presidenta Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer.
“Para
a cassação não há necessidade de o recurso ser derivado de propina, para a
cassação basta que o recurso não tenha sido declarado, sem qualquer vinculação
com percentual encontrado”, argumentou o relator.
Após
o resultado das eleições de 2014, o PSDB entrou com a ação, e o TSE começou a
julgar suspeitas de irregularidade nos repasses a gráficas que prestaram
serviços para a campanha eleitoral de Dilma e Temer. Recentemente, Benjamin
decidiu incluir no processo o depoimento dos delatores ligados à empreiteira
Odebrecht investigados na Operação Lava Jato. Desde ontem (7) os ministro
discutem se as provas relacionadas aos depoimentos dos executivos da Odebrecht
fazem ou não parte da petição inicial e se podem ser consideradas no processo.
Em
sua manifestação, o relator também retirou as imputações sobre o o uso indevido
dos meios de comunicação e de abuso de poder econômico, como uso de entidades
sindicais, transporte irregular de eleitores e extrapolação do limite de gastos
na campanha.
Embate
Durante
o julgamento, ao defender a retirada das delações da ação, o ministro Gilmar
Mendes reafirmou que a estabilidade política deve ser levada em conta pela
Justiça Eleitoral frente às provas que são apresentadas. "O mandato não
pode ser colocado em risco sem a justificativa plausível e sem os fundamentos
devidos”, disse.
O
voto do relator também foi marcado por bate-boca entre Benjamin e o ministro
Admar Gonzaga. O relator criticou o voto do colega, que defendeu a limitação da
análise do julgamento, por entender que o TSE só pode analisar recursos
recebidos por doações oficiais. ”Não adianta fazer discurso para a plateia.
Tenha respeito pelo meu voto”, disse Admar.
Após
o voto do relator, deverão votar os ministros Napoleão Nunes Maia, Admar
Gonzaga, Tarcisio Vieira, Rosa Weber, Luiz Fux, e o presidente do tribunal,
Gilmar Mendes. Mais seis sessões foram marcadas para amanhã (7) e sábado (8).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi