Por
Antonio Luiz Carlini Santa Teresa - 17- 05 - 2017
-
Sim! Preciso me apegar na descontração dos brasileiros, que conseguem rir dos
próprios infortúnios, como o nordestino que ri, ou faz piada com seu terrível
sofrimento, tal como a seca prolongada que os assola, enquanto são perseguidos
pelo Governo Federal, como um Golpe de Misericórdia, depois que sobreviveram ao
Cangaço e tiveram que abafar a ideia de independência ajudando Antônio
Conselheiro!
Tudo
isso para justificar a mentira da traíra de seis quilos, no entanto, hoje tenho
uma que talvez ninguém acredite, mas esta eu posso provar com testemunhas: Tenho
três filhos, João, o Joanim, Riccieri, o Rizieri e Alberto, que virou o Bertin,
três da mesma mãe e mesmo pai, mas três naturezas distintas, como água e vinho.
Porém, o do meio, como sempre, o mais problemático. Não ri, não pede, não
denuncia, mas qualquer coisa que quer e está com os irmãos, apanha e nega ter
apanhado, além de que às vezes sabota os feitos dos outros. Isso por pura
maldade, ou talvez inveja, me levando crer que se fossem só dois eu estaria
diante de Abel e Caim reencarnados, o que desconsidero por que lhes ensinei a
doutrina Cristã.
Tantas
aprontou com os irmãos que o menor planejou vingança, mas parece que a sorte
sempre está com ele, pois, o filho do meio, revoltado mas de maior sorte. Tanto
que tomaram de suas varas de pescar piabas ou acarás e rumaram para o Rio,
disputando na força os locais onde ficaria cada um deles, sendo que o caçula
sempre pegava mais, mesmo estando onde os outros estiveram antes e nada
pegaram.
Colocaram
minhocas nos anzóis e deram inicio à pesca, mas logo em seguida, Riccieri
foi para local mais afastado realizar esvaziamento intestinal, depois de ter
deixado sua vara fincada no chão e o anzol com isca na água. O menor foi até
aquele local e tirou a minhoca, colocando uma raiz de mandioca amarrada na linha.
Riccieri voltou deixando para trás o que levou na barriga, junto com umas cinco
folhas de ingazeiro sujas e pegou a vara. Soltou enorme grito quando viu que
havia pescado um jacaré de dois metros e quarenta e nove centímetros.
-
Quarenta e nove, por que não logo dois metros e meio, seu Nazareno?
-Por
que se eu dissesse meio metro, vocês poderiam achar que estou mentindo! Respondeu
Nazareno Degásperi, filho de Gugliemo Degásperi, que esteve entre os quatorze
fundadores da Capela de São José de Caldeirão, mas viveu onde situa-se a de São
Sebastião do Rio Perdido, na Margem esquerda do Rio Santa Maria do Rio Doce,
próximo à afluência do primeiro citado.
-
Mas seu Nazareno, o que fizeram com o Jacaré? Como foi possível três meninos
tirarem um monstro daquele do Rio?
-
Aqueles meninos são filhos de Nazareno Degásperi! Se tivessem nascido no Egito,
não teria sido Moisés quem abriu o mar vermelho, mas um dos Degásperi!
-
Essa foi demais! E agora onde está o jacaré de “dois metros e quarenta e nove
centímetros”???!!!!
-
Na “manga”, junto com os porcos! Colocamo-lo lá para engordar, mas descobrimos
que o dito cujo está ensinando os porcos pescarem para comer. Basta que
deixemos os porcos sem raízes de mandioca e eles vão junto com o jacaré, que
adora “aipim” (mandioca), pescar! O que está atormentando o menino do
meio é que o caçula, afirma de pé junto que ele pescou o sauro e não o do meio.
Entretanto vou logo advertindo: - Não adianta ir lá conferir! O jacaré é
tímido! Se aparecer alguém estranho ele se esconde, enquanto os três meninos
negam a pescaria, por que tem medo que alguém o roube e eles tenham que fazer o
serviço de ensinar os porcos pescarem!
Aquele
Degásperi usufruiu até de certa fama em sua época, quando galgou o troféu
social de ser o maior mentiroso da Comunidade com absoluta maioria, itálica!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi