"Existe
uma chance de que acabemos tendo um grande, grande conflito com a Coreia do
Norte". A declaração do presidente Donald Trump é o destaque de uma
entrevista exclusiva veiculada hoje (28) pela Agência Reuters. Ao falar sobre o
acirramento das tensões na região, Trump disse que prefere a saída
diplomática.
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"Adoraríamos
solucionar as coisas diplomaticamente, mas é muito difícil", frisou. A
entrevista foi destaque nesta sexta-feira na imprensa americana, um dia antes
de Trump completar 100 dias de governo.
Com
a Coreia do Norte, ele enfrenta o maior desafio, até o momento.
O
país intensificou exercícios militares na área e estuda sanções econômicas
contra a Coreia do Norte, além de aproximação para uma saída diplomática.
Hoje haverá uma reunião extraordinária no Conselho de Segurança da Organização
das Nações Unidas (ONU) sobre o tema.
Nas
semanas anteriores, Donald Trump mandou mensagens mais duras, inclusive com a
visita do vice-presidente Mike Pence ao Japão e à Coreia do Sul. Anteriormente,
o presidente vinha dando declarações ameaçadoras direcionadas ao líder
norte-coreano Kim Jong-Un. O vice-presidente disse que a negociação estava
descartada, pelo menos por enquanto.
Na
entrevista à Reuters, Trump, inverteu o discurso, ao dizer que o conflito não
está descartado, mas que espera uma saída diplomática.
Uma
possível abertura ao diálogo já havia sido indicada pelo governo chinês. Ontem
o Ministério das Relações Exteriores da China parabenizou os Estados
Unidos pela mudança de postura. Para o governo chinês, Trump está, neste
momento, mais aberto ao diálogo.
Os
Estados Unidos haviam pedido ajuda à China para pressionar o líder Kim Jong-Un
a abandonar os testes nucleares.
Durante
a visita do presidente chinês Xi-Jinping aos Estados Unidos, no começo deste
mês, Donald Trump insistiu no tema.
A
China pediu cautela e, naquele momento, disse que a falta de diálogo só
acirraria o quadro. Antes da visita de Xi-Jinping, Trump havia feito críticas
também ao governo chinês, dizendo que esperava mais dedicação.
Na
entrevista à Reuters, ele disse ter visto empenho da parte do presidente
chinês. "Acredito que ele está se esforçando muito. Sei que ele gostaria
de ser capaz de fazer algo."
A
China mandou um duro recado ontem à Coreia do Norte e disse que poderia definir
algum tipo de sanção ao país, caso fosse feito um novo teste com mísseis
nucleares.
Trump
reconhece que a China está em comunicação constante com a Coreia do Norte e que
o governo chinês já havia solicitado a interrupção dos testes nucleares.
Na
entrevista, Trump evitou opinar sobre o perfil do líder norte-coreano.
"Não sei dizer se ele é racional, mas espero que seja", disse o
presidente americano, ao ser perguntado sobre a personalidade de Kim Jong-Un.
"Ele tem 27 anos, seu pai morreu, e ele assumiu um regime", disse.
"Então, diga o que você quer, mas isso não é fácil, especialmente nessa
idade," acrescentou.
Kim
Jon-Un tem respondido com envio de mensagens agressivas a Washington, como
vídeos que simulam o lançamento de bombas em território norte-americano e a
destruição do país.
A
preocupação dos Estados Unidos e aliados com a Coreia do Norte é proporcional à
capacidade nuclear do país.
O
Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, e agentes
infiltrados na região acreditam que os norte-coreanos estão avançando na
produção de mísseis nucleares.
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