André
Richter - da Agência Brasil
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu hoje (6) ao Supremo
Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para investigar os senadores Renan
Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR), além do ex-senador José Sarney e o
ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado. Janot acusa os envolvidos do crime de
embaraço às investigações da Operação Lava Jato.
As
acusações foram baseadas no acordo de delação premiada de Sérgio Machado e em
conversas gravadas com os envolvidos. As gravações foram divulgadas no ano
passado, após a retirada do sigilo do conteúdo das delações de Machado.
Em
uma das conversas, Romero Jucá citou um suposto "acordo nacional"
para "estancar a sangria".
Segundo
o procurador, os acusados "demonstram a motivação de estancar e impedir, o
quanto antes, os avanços da Operação Lava Jato em relação a políticos,
especialmente do PMDB, do PSDB e do próprio PT, por meio de acordo com o STF e
da aprovação de mudanças legislativas."
Para
Janot, o objetivo dos congressistas era aprovar medidas legislativas para
conter as investigações da Lava Jato.
"
O objetivo dos congressistas era construir uma ampla base de apoio político
para conseguir, pelo menos, aprovar três medidas de alteração do ordenamento
jurídico em favor da organização criminosa: a proibição de acordos de
colaboração premiada com investigados ou réus presos; a proibição de execução
provisória da sentença penal condenatória mesmo após rejeição dos recursos defensivos
ordinários", acrescentou o procurador-geral.
Em
nota, o senador Renan Calheiros esclareceu que não fez nenhum ato para
embaraçar ou dificultar qualquer investigação e que sempre foi colaborativo,
"tanto que o Supremo Tribunal Federal já manifestou contrariamente a
pedido idêntico".
Na
nota, o senador do PMDB reafirmou que a possibilidade de se encontrar qualquer
impropriedade em suas contas pessoais ou eleitorais é zero. Renan está
convencido de que, a exemplo do primeiro inquérito, "os demais serão
arquivados por absoluta falta de prova".
Também
por meio de nota, a defesa do senador Romero Jucá afirmou que não há
preocupação em relação à abertura do inquérito, pois não vê qualquer tipo de
intervenção do mesmo na Operação Lava jato.
Os
advogados do senador ressaltaram que a única ilegalidade "é a gravação
realizada pelo senhor Sergio Machado, que induziu seus interlocutores nas
conversas mantidas, além de seu vazamento seletivo. O senador Romero jucá é o
mais interessado em que se investigue o caso e vem cobrando isso da PGR
reiteradamente desde abril do ano passado”.
A Agência
Brasil entrou em contato com os demais citados, mas não obteve retorno até
a publicação e atualização da matéria.
A
matéria foi atualizada às 20h21 para inclusão do posicionamento do senador
Renan Calheiros e às 20h45 para inclusão de nota da defesa do senador Romero
Jucá
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