Felipe Pontes
– Agência Brasil
O Ministério
Público Federal (MPF) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) no fim do ano
passado que incluísse três novos anexos à delação premiada de Nestor Cerveró,
ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, após ele apresentar novos fatos
sobre a corrupção na empresa.
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Em um de seus
últimos atos como relator da Operação Lava Jato, o ministro do STF Teori
Zavascki, no entanto, negou o pedido do MPF, alegando que isso poderia
prejudicar a apreciação da delação original. Ele, entretanto, não descartou os
novos fatos, ordenando que fossem apurados em uma nova investigação, sob
sigilo.
No despacho em
que indeferiu a homologação dos novos anexos, tornado público hoje (26),
Zavascki revelou alguns dos argumentos do MPF a favor da inclusão dos novos
depoimentos, que são sigilosos, na delação premiada de Cerveró.
De acordo com
o MPF, os novos fatos dizem respeito ao pagamento de vantagens indevidas para a
ampliação de instalações da BR Distribuidora; à aquisição de precatórios pela
Petrobras e pela BR Distribuidora; e ao pagamento de propina para o
fornecimento de asfalto em Mato Grosso. Cerveró citou o nome de uma alta
autoridade do estado como envolvida no esquema.
Segundo o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, os novos anexos situam-se
"no entorno do escopo temático da Operação Lava Jato, afigurando-se
instrumentalmente conexos a ela".
A colaboração
premiada de Nestor Cerveró foi homologada por Zavascki em 14 de dezembro de
2015, enquanto o pedido do MPF para a inclusão dos novos depoimentos foi feito
quase um ano depois, em 13 dezembro de 2016. Já no dia seguinte, o
ministro negou a petição.
O despacho de
Teori Zavascki é datado de poucos dias antes do início do recesso do STF, em 21
de dezembro de 2016. No último dia 17 de janeiro, Janot enviou uma nova petição
ao ministro, pedindo que fossem enviadas à PGR as folhas referentes aos novos
anexos, que não haviam sido remetidas de volta após ser negada a inclusão na
delação original de Cerveró, de modo que pudesse tomar as providências cabíveis
para prosseguir a apuração dos fatos.
Teori Zavascki
morreu num acidente de avião no dia 19 de janeiro, sem que pudesse autorizar o
prosseguimento à análise dos novos depoimentos, o que caberá ser feito pelo
próximo relator da Lava Jato no STF, ainda a ser definido.
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