José Romildo –
Correspondente da Agência Brasil
A
imprensa norte-americana destacou o discurso feito pela presidenta afastada
Dilma Rousseff no Senado brasileiro. O The Wall Street Journal informou
que Dilma disse, em discurso de 45 minutos, que as acusações que lhe são
impostas são na verdade “uma desculpa para permitir um golpe de estado e que
seus inimigos querem reverter o resultado eleitoral de 2014".
Dilma disse
que “o que está em risco agora são as conquistas dos últimos 13 anos” de sua
administração e a de seu mentor e antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Ela
falou também falou dos avanços feitos pelo governo em favor dos cidadãos mais
pobres do país e sua classe média. “O que está em risco é o futuro do país, a
oportunidade e a esperança de avançar ainda mais”, acrescentou Dilma.
O jornal
britânico The Guardian, em sua edição americana, ressaltou que Dilma
Rousseff decidiu fazer sua própria defesa contra acusações de que manipulou as
leis orçamentárias. “Em quase 70 anos de idade, não vai ser agora, depois de me
tornar mãe e avó, que vou abandonar os princípios que sempre me guiaram”, disse
em seu depoimento.
Já o jornal The
Los Angeles Times destacou que Dilma Rousseff assumiu a própria defesa em
processo de impeachment movido contra ela no Senado brasileiro. Em seu
pronunciamento, de acordo com a publicação, Dilma acusou as elites do Brasil de
ameaçar a democracia no maior país da América Latina. “Como todo mundo, tenho
defeitos, e eu cometi erros, mas os meus defeitos não incluem traição ou
covardia”, disse Dilma.
De acordo com
a publicação, Dilma lembrou aos senadores de que sofreu tortura durante a
ditadura militar no Brasil, negou qualquer crime praticado como presidenta do
país e disse que os políticos e interesses empresariais poderosos estavam
usando um processo de impeachment vazio para derrubar seu governo. "O que
está em jogo aqui não é apenas a minha presidência. O que está em jogo é o
princípio do respeito das urnas, a vontade soberana do povo brasileiro e da
Constituição
Já o jornal The
New York Times afirmou que a presidenta afastada do Brasil proclamou no
Senado brasileiro a sua inocência, chamou Michel Temer de “usurpador” e alertou
aos senadores que a história julgará duramente os que participaram da sessão
como juízes, que derrubaram uma “líder democraticamente eleita, sob falsas
acusações”.
"Eu sei
que serei julgada, mas a minha consciência está limpa. Eu não cometi
crime", disse Dilma a senadores, conforme o The New York Times.
Segundo o jornal, durante seu discurso, Dilma argumentou que, no início de
2015, os legisladores da oposição começaram a criar um clima de instabilidade,
recusando-se a negociar apoio a medidas essências e lançando o que chamou de
“bombas fiscais”, ou seja, medidas que aumentam despesas em um momento de
declínio das receitas. A publicação acrescenta que Dilma culpou a oposição por
ter criado um clima de impeachment, situação que alargou a recessão na maior
economia da América Latina.
Em artigo
sobre o discurso de Dilma Rousseff no Senado brasileiro, o jornal The
Washington Post afirmou que Dilma Rousseff parecia "estar segurando a
raiva durante a sua resposta para o senador José Anibal, um ex-companheiro de
grupo guerrilheiro e agora adversário. O jornal lembrou que os dois faziam
parte do grupo de resistência armada durante a ditadura no Brasil. Por causa de
sua longa amizade, Anibal disse que apoiou Rousseff na presidência até por
volta de 2012. Mas sua má gestão do setor da energia, disse ele, o fez retirar
o apoio.
De acordo com
a publicação, Dilma Rousseff, com dois punhos fechados, respondeu: “Lamento que
eu tenha feito o senhor se sentir dessa forma, senador”. O jornal acrescentou
que o rosto de Anibal ficou vermelho quando Dilma Rousseff passou a dizer que
ele não entendia nada do setor de energia do Brasil.
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