Nice – Caminhão
avança sobre multidão que comemorava a queda da Bastilha na cidade no Sul da
FrançaTelám
|
O
ex-presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e
Terrorismo de Portugal José Manuel Anes defendeu hoje um reforço na cooperação
internacional, monitoramento e vigilância para prevenir atentados como o de
Nice, que causou a morte de pelo menos 84 pessoas.
Em entrevista
à Agência Lusa, logo após o atentado de ontem (14) à noite em Nice, disse que
deve haver um esforço de cooperação internacional e de vigilância.
“O dia
escolhido para o atentado foi estratégico, uma vez que se trata de um dia
simbólico para a França. Os terroristas têm uma predileção pela França e já
tínhamos visto isso em 2015”, disse ao lembrar os ataques terroristas do ano
passado no país.
Na opinião do
especialista em segurança e terrorismo, a escolha de Nice como palco de mais um
atentado pode ser explicada pela presença de radicais naquela região do país.
“É uma questão
de oportunidade, mas não podemos esquecer que aquela área tem 6% dos radicais
de toda a França e quinhentos e tal indivíduos referenciados como jihadistas
potenciais”, lembrou José Manuel Anes.
Táticas
de ataque
Nice – Policiais investigam a cabine do motorista do caminhão que
se jogou sobre uma multidão de pessoas que comemoravam a data nacional da
FrançaAlberto Estevez/Pool/Agência Lusa
|
De acordo com
Manuel Anes, o método utilizado pode até "parecer humilde" – um
caminhão lançado contra as pessoas –, mas não o é.
“Não faz muito
tempo, ouvimos o chamado do ministro dos atentados do Estado Islâmico apelar
para a diversificação das táticas dos ataques, para não estarem sempre à espera
de indivíduos com explosivos”, lembrou.
Para o
especialista, ainda pairam dúvidas sobre como o motorista conseguiu circular
livremente em uma área onde, apesar de o show de fogos de artifício já ter
acabado, ainda estava cheio de gente.
O
ex-presidente do observatório lembrou também que este tipo de tática (atirar a
viatura contra a multidão) é bastante frequente em Israel.
Estado
Islâmico
“A situação
está muito perigosa, o Estado Islâmico perdeu 40% do seu território no Iraque e
20% na Síria e, como um animal ferido, torna-se muito perigoso e ataca onde lhe
dá jeito e lhe apetece”, disse, recordando atentados recentes em Bangladesh, na
Turquia e na Bélgica.
No entender de
José Manuel Anes, trata-se de uma ameaça global e, por isso, os países deviam
intensificar a cooperação ao nível policial e de monitoramento.
“Durante o
Campeonato Europeu de Futebol não houve problemas porque havia uma vigilância
maior e uma presença policial forte. Após o campeonato, baixou-se a guarda um
bocadinho, que era o que eles queriam para realizar outro atentado”, afirmou.
No que diz
respeito a Portugal, José Manuel Anes, disse que, apesar de nenhum país ter
risco zero de atentados, a situação é tranquila, se comparada com outros
países.
Policiais investigam a cena onde um caminhão se jogou sobre uma
multidão que comemorava a data nacional da França, a queda da Bastilha, na
cidade litorânea de Nice, sul do país Alberto Estevez/Pool/Agência Lusa
|
Promenade
des Anglais
O atentado em
Nice, no Sul de França, deixou pelo menos 84 mortos e mais de 100 feridos, 18
dos quais continuam em estado considerado crítico, segundo novo balanço do
governo francês.
Um homem
lançou um caminhão sobre uma multidão na avenida marginal da cidade de Nice, a
Promenade des Anglais, que acompanhavam um show de fogos-de-artifício para
celebrar o dia nacional de França.
As autoridades
francesas já concluíram que estão diante de um atentado e o Presidente da
França, François Hollande, anunciou o prolongamento, por mais três meses, do
estado de emergência que vigora no país desde o ano passado, bem como um luto
nacional de três dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi