Depois de a Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal
(ADPF) ter anunciado lista tríplice para sugerir o nome do novo
diretor-geral da Polícia Federal (PF), a Federação Nacional dos
Policiais Federais (Fenapef) se posicionou contra o procedimento.
Segundo o presidente da entidade, Luís Boudens, a lista não está
prevista em lei e atende a interesses de apenas 10% dos servidores da
PF.
"Não existe previsão legal para uma lista tríplice. Esta é uma
tentativa de pressionar o ministro da Justiça a escolher alguém alinhado
com as ideias corporativas", disse Boudens. Ele acrescentou que se
houvesse previsão para este tipo de indicação, a lista deveria ser feita
com a votação de todos os servidores da corporação.
Segundo
Boudens, a Fenapef oficiou um pedido de audiência com o ministro
Alexandre de Moraes e um dos assuntos a ser abordado será a lista
tríplice.
Diretor-geral O cargo de
diretor-geral da Polícia Federal é de livre escolha do Presidente da
República. Porém, este ano, a Associação Nacional de Delegados da
Polícia Federal fez uma votação entre os membros da entidade para
indicar três nomes de candidatos ao cargo. A delegada Erika Mialik
Marena, responsável por coordenar as investigações da Operação Lava Jato
na Polícia Federal (PF) de Curitiba, foi a mais votada pelos pares para
assumir a direção da entidade.
O atual ocupante do cargo,
Leandro Daiello, está na função desde o início de 2011, quando foi
nomeado pela presidente Dilma Rousseff. Segundo a ADPF, Daiello
anunciou que deixará o posto após o fim da Olimpíada do Rio 2016, motivo
pelo qual a categoria resolveu se antecipar e apresentar uma lista
tríplice. Para legitimar a indicação, a Associação Nacional de Delegados
da Polícia Federal argumenta que a escolha por meio da lista, mesma
prática adotada na seleção do procurador-geral da República, é a forma mais segura de garantir gestão técnica e autonomia à Polícia Federal.
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