Pesquisadores
e professores universitários brasileiros lançaram na noite de ontem (6), na
Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, um manifesto
internacional contra o impeachment da presidenta da República Dilma Rousseff. A
carta, traduzida para inglês, espanhol, e o francês, conta com mais de
três mil assinaturas de acadêmicos de universidades brasileiras e estrangeiras.
O manifesto é
assinado por pesquisadores e professores como Fábio Konder Comparato, Miguel
Nicolelis, Wilson Cano, Eduardo Viveiros de Castro, Marilena Chauí, Wanderley
Guilherme dos Santos, Alfredo Bosi, Roberto Schwarz, Walnice Nogueira Galvão,
Ruy Fausto, Luis Felipe Alencastro e Leda Paulani.
A carta, disponível na íntegra em http://brazilianobservatory.com, aponta para uma possível ruptura da legalidade no país.
“O risco da
ruptura da legalidade, por uma associação entre setores do Poder Judiciário e
de meios de comunicação historicamente alinhados com a oligarquia política
brasileira, em particular a Rede Globo de Televisão – apoiadora e principal
veículo de sustentação da ditadura militar (1964-1985) - pode comprometer a
democracia brasileira, levando a uma situação de polarização e de embates sem
precedentes”.
Segundo o
texto, as denúncias que emergem da operação Lava Jato têm sido usadas contra o
mandato da presidenta Dilma, mesmo sem que haja participação dela nas
irregularidades. No entanto, segundo o manifesto, as denúncias contra líderes
da oposição têm sido “em grande medida desprezadas nas investigações e
silenciadas nos veículos hegemônicos de mídia”.
“Embora não
pese qualquer denúncia contra a Presidenta Dilma Rousseff, a Operação Lava Jato
tem sido usada para respaldar a tentativa de impeachment em curso na Câmara dos
Deputados – que é conduzida pelo deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara
dos Deputados e oposicionista, acusado de corrupção e investigado pelo Conselho
de Ética dessa mesma casa legislativa”, acusam os autores da carta.
A carta ainda
ressalta que a Operação Lava Jato tem sido maculada pelo uso constante de
medidas que a legislação brasileira estabelece como excepcionais. “As prisões
arbitrárias são abertamente justificadas como forma de pressionar os acusados e
deles obter delações contra supostos cúmplices. Há um vazamento permanente e
seletivo de informações dos processos para os meios de comunicação. Existem
indícios de que operações policiais são combinadas com veículos de imprensa, a
fim de ampliar a exposição de seus alvos. Até a Presidenta da República foi
alvo de escuta telefônica ilegal”, afirma o texto.
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Dag Vulpi