A suposta
delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), citada em reportagem da
revista IstoÉ, que conteria informações comprometendo a situação da presidenta
Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de citar nomes
de deputados e senadores que estariam envolvidos no esquema de corrupção
investigado pela Operação Lava Jato, movimentou os bastidores políticos do
Congresso Nacional.
Mesmo com a
nota divulgada por Delcídio em que não confirma o teor da reportagem e também
diz não ter sido procurado pela reportagem para se manifestar sobre “a
fidedignidade” dos fatos relatados, deputados comentaram o teor das denúncias
contidas na reportagem.
O líder do PT
na Câmara, Afonso Florence (BA),chamou a reportagem de “factoide” e ressaltou o
fato de que não houve confirmação nem do senador, nem do Supremo Tribunal
Federal e nem da Procuradoria-Geral da República. “Sobre uma delação que não
está confirmada, não está homologada, que é negada e, portanto, o conteúdo é
controverso eu não vou entrar no mérito”, disse. “Se aparecer delação homologada
na forma da lei, caberá investigação para que, da delação, se constitua prova
por indiciamento ou inocência”.
á a oposição
considerou as denúncias como “gravíssimas”. O deputado Mendonça Filho (DEM-PE)
disse que mesmo que a suposta delação não seja homologada, os fatos devem ser
apurados, até por se tratar do ex-líder do governo no Senado. “Acho que todos
os fatos já revelados devem ser apurados, sejam aqueles que envolvem a
presidente Dilma, o ex-presidente Lula e os que envolvem parlamentares que
foram mencionados nesse inicio de processos de delação que já foi vazado
envolvendo a figura do senador Delcídio”, disse.
Para o
vice-presidente jurídico do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP), ao não
confirmar, nem negar o teor da reportagem, o senador Delcídio "cumpriu seu
papel”, devido ao fato de a suposta delação ainda não ter sido
homologada. “Ele tem que dizer isso, porque a delação está sob
apreciação, ainda não foi analisada e sequer homologada”.
Após a
divulgação, integrantes da oposição anunciaram que vão apresentar um aditamento
ao pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que já está em andamento
na Câmara dos Deputados, com as informações publicadas pela revista IstoÉ.
Para o
vice-líder do PT na Câmara, deputado Zé Geraldo (PA), a oposição quer usar o
episódio para politizar o pedido de afastamento da presidenta. “Acredito que a
oposição está vivendo seus últimos suspiros e acha que isso possa ser uma
munição definitiva para se chegar ao impeachment”, disse. “Precisamos fazer com
que a Justiça atue: impeachment político, não podemos aceitar”.
O deputado
Chico Alencar (PSOL-RJ) avalia que se tratam de informações não confirmadas e
que devem ser tratadas com cuidado. Ele defendeu a apuração das denúncias e
disse que as pessoas citadas devem vir a público e se pronunciar a
respeito. “É preciso que tudo isso seja esclarecido e tenha uma chancela
oficial” disse. “Pela gravidade das denúncias, é preciso verificá-las melhor e
confirmar [ou não]”.
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