A oposição já
contabiliza pelo menos 40 dos 65 votos na Comissão Especial do Impeachment, na
Câmara dos Deputados. A projeção foi apresentada hoje (29) por deputados que
participaram da reunião de coordenadores do comitê pró-impeachment na Câmara.
Para que o impeachment seja aprovado e encaminhado para apreciação no plenário
da Câmara serão necessários 33 votos (maioria simples dos 65 integrantes).
Já no
plenário, a aprovação da matéria precisa ser por maioria absoluta (dois
terços), o que corresponde a 342 votos dos 513 deputados. Se aprovada, a
matéria será encaminhada para apreciação no Senado Federal. Segundo o
vice-líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Raul Jungmann (PPS-PE), o
governo contaria, por enquanto, com 150 votos no plenário. Dessa forma,
Jungmann visualiza um potencial de 363 votos favoráveis ao impedimento da
presidenta Dilma Rousseff.
Após
participar da reunião de coordenadores do comitê pró-impeachment, o líder do
PSDB, Antonio Imbassahy (BA), disse que o grupo tem “certeza da aprovação” do
processo na comissão. “Calculamos pelo menos 40 votos, mas com os fatos que
acontecem a cada momento, muitos dizem que só se pronunciarão aos 45 do segundo
tempo”.
André Moura
(PSC-SE) calcula que, no plenário, os favoráveis ao impedimento da presidenta
Dilma já contam com pelo menos 245 votos. “Mas há alguns que disseram não poder
se manifestar publicamente”. Na reunião, os oposicionistas decidiram que cada
estado terá um parlamentar responsável por fazer um mapeamento dos indecisos. A
previsão deles é de que a matéria seja apreciada pelo plenário na sessão do dia
14 de abril ou, no mais tardar, no dia 17.
Governo
Já o governo
tem optado por uma estratégia mais silenciosa na busca por votos, negociando
diretamente com parlamentares e deixando de priorizar as conversas com partidos
políticos. Por isso, tem evitado apresentar projeções. O líder do governo na
Câmara, José Guimarães (PT-CE) garante, no entanto, que o governo terá votos
suficientes “para barrar o golpe”.
“Estamos
firmes contra os golpistas e teremos votos suficientes para derrotá-los. Não
projetamos o placar porque quem fica revelando estratégia é porque não tem
estratégia. É uma questão de mais ação e menos firula para a mídia”, disse
Guimarães.
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