O ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso disse hoje (28) a deputados
da Comissão Especial do Impeachment que a Corte não vai mudar a decisão que for
tomada pelo plenário da Câmara dos Deputados sobre a admissão do processo de
impedimento da presidenta Dilma Rousseff. Barroso recebeu, no início da noite,
integrantes da comissão em seu gabinete.
Durante a
audiência, Barroso explicou aos parlamentares que o Supremo não tem lado na
discussão sobre o impeachment e que a decisão que for tomada pelo Congresso não
será mudada pelo STF. O ministro foi relator da ação protocolada pelo PCdoB na
qual as regras do rito do procedimento de impeachment foram definidas.
"Impeachment
não é golpe, é um mecanismo previsto na Constituição para afastamento do
presidente. Evidentemente, impõe-se o respeito à Constituição e às normas.
Nesse Fla-Flu, o Supremo não tem lado. O Supremo é um árbitro. O que caracteriza
a democracia é o respeito às regras do jogo, quando se ganha e quando se perde.
Portanto, eu acho que o que senhores decidirem na Câmara, e, depois, o que o
Senado decidir, vai prevalecer. O Supremo não tem nenhuma pretensão de juízos
de mérito nessa matéria", afirmou Barroso.
Participaram
da reunião o presidente da Comissão Especial do Impeachment, deputado Rogério
Rosso (PSD-DF), o relator, Jovair Arantes (PTB-GO), e o vice-líder do PSDB,
Carlos Sampaio (SP).
Lewandowski
Os
parlamentares também tiveram audiência com o presidente do STF, Ricardo
Lewandowski. Ao ministro, os deputados afirmaram que vão cumprir a Constituição
e as regras do rito que foram definidas pelo Supremo.
Lewandowski
afirmou que a Corte estará vigilante com a observância das regras e se
apressará para esclarecer eventuais dúvidas durante o processo.
"O Supremo Tribunal Federal, neste caso presente, limitou-se a reafirmar as regras do impeachment do presidente Collor, reafirmou sua jurisprudência e deixou claro quais os dispositivos da Constituição, os que são aplicáveis e como deve ser interpretados. Este foi nosso papel", destacou o ministro.
"O Supremo Tribunal Federal, neste caso presente, limitou-se a reafirmar as regras do impeachment do presidente Collor, reafirmou sua jurisprudência e deixou claro quais os dispositivos da Constituição, os que são aplicáveis e como deve ser interpretados. Este foi nosso papel", destacou o ministro.
Questionado se
o processo de impeachment pode ser entendido como golpe de Estado contra a
Presidência da República, o ministro respondeu: "golpe é uma expressão que
pertence ao mundo da politica. Nós aqui usamos apenas expressões do mundo
jurídico."
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