O governo da
Venezuela prepara medidas fiscais, cambiais e monetárias para enfrentar a crise
econômica. As propostas serão anunciadas em breve, conforme afirmou hoje (2) o
economista Rodrigo Cabezas, do Conselho Nacional de Economia Produtiva, criado
pelo presidente Nicolás Maduro.
Segundo o
economista, que também é militante do Partido Socialista Unido da Venezuela
(PSUV), entre as medidas figura a alteração do sistema de controle cambial, que
vigora no país desde 2003, impedindo a livre obtenção local de moeda
estrangeira.
"Há
consenso que a atual base de três taxas (oficiais de câmbio) deve ser
modificada. Está é uma medida muito esperada para facilitar as importações e
encher as prateleiras (de produtos)", adiantou.
Ex-ministro de
Economia e Finanças, Cabezas explicou que a Venezuela passa por momentos
difíceis e "desequilíbrios macroeconômicos, que se somam à queda dos
preços do petróleo". Com a situação, o governo venezuelano tem
"tentado abrir um espaço de diálogo" com variados setores da
sociedade venezuelana.
De acordo com
Rodrigo Cabezas, também está em debate o aumento dos preços da gasolina, a
fixação de preços de venda ao público dos produtos e a substituição de
importações.
O ex-ministro
admitiu que os venezuelanos esperam que o Executivo solucione o problema da
falta de abastecimento de alimentos e medicamentos no país. Ele disse confiar
que a Venezuela sairá da crise e criará um sistema produtivo que supere a
dependência da renda do petróleo, a principal fonte de recursos do país.
"Sem
agendas violentas, porque ninguém tem de morrer, porque há uma crise e as
saídas políticas devem ocorrer no quadro da Constituição."
Com 107 votos
contra (da oposição) e 53 a favor, o parlamento venezuelano rejeitou em 22 de
janeiro o Decreto de Emergência Econômica assinado pelo presidente Nicolás
Maduro para enfrentar a crise econômica no país.
Segundo o
governo venezuelano, o decreto tinha como finalidade combater a "guerra
econômica", "construir uma Venezuela produtiva e independente" e
enfrentar a conjuntura adversa suscitada pela queda dos preços do petróleo, a
principal fonte de receitas, em moeda estrangeira, do país.
O decreto
presidencial teria uma duração inicial de 60 dias prorrogáveis. Para
a oposição, a aprovação do decreto de emergência poderia agravar a crise
venezuelana, por não abordar com precisão matérias políticas, financeiras e
cambiais.
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