O
vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer,
fechou um acordo com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para
que seja reconduzido à presidência da legenda. Os dois se reuniram na manhã
dessa terça-feira (2) e conversaram sobre as eleições para o comando do
partido, que ocorrem em março.
A composição
do restante da chapa para a direção nacional ainda não está fechada, mas,
durante a conversa, os dois fecharam como consenso o nome de Temer para
continuar à frente do partido. Nesse caso, as chances de haver somente uma
chapa na disputa são altas.
Segundo Renan,
o encontrou foi importante para sinalizar a necessidade de "unidade
partidária". Em entrevista no fim da tarde de hoje (3), ele não quis
confirmar diretamente a preferência por Temer, mas disse que essa configuração
"é possível".
"Fiz
questão de dizer que a pior sinalização que o PMDB poderia dar nesse momento
era, ao invés de colaborar para a solução dos problemas do Brasil, se voltar
para disputa interna, uma guerrilha interna. Isso seria inconcebível."
Unificação
Renan afirmou
que "mais que um nome", ele apoiará um conceito de unificação do
partido, mas que ainda não está claro como a chapa única será formada. De
acordo com um interlocutor de Temer, os dois decidiram que a Renan caberá
articular as nomeações para composição de outros integrantes da chapa, entre
eles a primeira vice-presidência, que assume o comando do partido na ausência
de Temer.
Atualmente, o
PMDB no Senado ocupa cinco cargos no Diretório Nacional. Os senadores Valdir
Raupp (RO), Romero Jucá (RR) e Eunício Oliveira (CE) são primeiro vice,
terceiro vice e tesoureiro, respectivamente. Outros dois senadores fazem parte
da Executiva Nacional. Após conduzir as negociações com peemedebistas do
Senado, Renan e Temer voltarão a se reunir com o objetivo de encontrar uma
solução consensual.
O presidente
do Senado já admite a possibilidade de alcançar a união do partido com Temer
mais uma vez à frente do PMDB. "Acho que é [possível o Temer se manter na
presidência]. Mais que o nome, apoio o conceito de nós reunificarmos o partido
e de que a representação partidária se faça de todos os segmentos do PMDB. Que
o presidente do PMDB seja presidente do PMDB e não presidente de uma
facção."
Com base nesse
acordo, os aliados de Temer disseram acreditar que a hipótese de uma chapa
adversária foi derrubada. A análise interna é que o atual presidente tem o
controle de cerca de 70% do partido.
Câmara
Nas últimas
semanas, cogitou-se a possibilidade de os senadores do partido conduzir uma
chapa adversária para derrotar Temer na convenção de março. A insatisfação com
a liderança de Temer ganhou força após a decisão da Executiva, em dezembro, de
criar um filtro para a filiação de deputados federais à legenda.
A mudança nas
regras evitou o ingresso no partido de novos membros que pudessem favorecer a
disputa interna pela liderança da bancada na Câmara, que sofreu uma reviravolta
após as indicações do líder Leonardo Picciani (PMDB-RJ) para compor a
comissão especial que analisará o pedido de impeachment da presidenta
Dilma Rousseff.
Apesar da
expectativa de unidade, Temer continuará as viagens iniciadas semana passada em
busca de apoio. O objetivo da chamada "Caravana da Unidade" é reunir
lideranças peemedebistas locais e empresários para, além de fazer campanha,
discutir o documento Uma Ponte para o Futuro, que contém propostas do partido
no campo econômico, e articular candidaturas para as eleições municipais deste
ano.
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