A projeção de
instituições financeiras para a queda da economia, este ano, está cada vez
maior, enquanto a expectativa de recuperação em 2017 diminui há cinco semanas
seguidas. As estimativas fazem parte do boletim Focus, publicação
divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com base em projeções de
instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
A estimativa
para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços
produzidos no país, este ano, passou de 3,33% para 3,40%, no quinto ajuste
consecutivo. Para 2017, a estimativa de crescimento do PIB caiu de 0,59% para
0,50%.
As
instituições financeiras projetam que a inflação, medida pelo Índice Nacional
de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), feche este ano em 7,62%, no oitavo ajuste
seguido. Na semana passada, a estimativa era 7,61%. Essa projeção ultrapassa o
teto da meta para 2016, de 6,5%. Para o próximo ano, a expectativa é que o IPCA
alcance o teto da meta (6%). O centro da meta de inflação para os dois anos é
4,5%.
Em um cenário
de retração da economia, as instituições financeiras não esperam por alteração
na taxa básica de juros, a Selic, neste ano. A expectativa é que a taxa encerre
o período no atual patamar de 14,25% ao ano. A próxima reunião do Copom está
marcada para os dias 1° e 2 de março.
Para 2017, a
mediana das expectativas (desconsidera os extremos nas projeções) é que a Selic
encerre o período em 12,63% ao ano, ante a projeção anterior de 12,75% ao ano.
A taxa é usada
nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e
Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da
economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que
pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam
a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e
incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.
IGP-DI
A pesquisa do
BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de
Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), que foi ajustada de 7,98% para 7,84%
este ano. Para o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), a estimativa passou de
7,72% para 7,75%. A projeção para os dois índices em 2017 segue em 5,50%.
A estimativa
para o Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (IPC-Fipe), foi mantida em 7,04%, em 2016, e em 5,40%, no próximo
ano.
A projeção
para os preços administrados caiu de 7,70% para 7,50% este ano e permanece em
5,50% em 2017.
A projeção
para a cotação do dólar foi alterada de R$ 4,38 para R$ 4,36, ao fim de 2016, e
segue em R$ 4,40 ao fim de 2017.
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