O processo
contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de
Ética por quebra de decoro parlamentar voltará quase que a estaca zero, ou
seja, retornará à fase de discussão do parecer preliminar apresentado pelo
relator, deputado Marco Rogério (PDT-RO), dos pedidos de vista, de adiamento de
votações e de questionamentos contrários à proposição.
Decisão nesse
sentido foi tomada hoje (2) pelo primeiro vice-presidente da Câmara, deputado
Waldir Maranhão (PP-MA), que acatou recurso do deputado Carlos Marun (PMDB-MS).
Marun questionou decisão do presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo
(PSD-BA), sobre questão de ordem do peemedebista. Por ocasião da troca da
relatoria do processo, o deputado Marun apresentou questão de ordem para que o
parecer do novo relator fosse novamente discutido e concedido prazo de vista.
Araújo
indeferiu a questão de ordem com o argumento de que o parecer de Marcos Rogério
era praticamente o mesmo do ex-relator deputado Fausto Inato (PRB-SP). Marun
então recorreu da decisão. Tudo isso ocorreu antes da votação e aprovação do
parecer preliminar pelo prosseguimento das investigações contra Eduardo Cunha,
que ocorreu no dia 15 de dezembro do ano passado. O parecer foi aprovado por 11
votos a nove.
Segundo a
Secretaria-Geral da Mesa Diretora da Câmara, não cabe recurso à decisão do
vice-presidente Valdir Maranhão. A mesa irá agora comunicar ao Conselho de
Ética da decisão para que o parecer preliminar retorne à fase de discussão,
pedidos de vista e só depois a votação. Com isso, foram considerados nulos
todos os atos praticados pelo conselho após a nomeação do relator Marcos
Rogério, incluindo a notificação de Cunha para apresentar sua defesa.
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