O Conselho de
Ética da Câmara dos Deputados retomou ontem (23) as discussões do parecer
preliminar do relator deputado Marcos Rogério (PDT-RO) no processo contra o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
No início,
houve o anúncio do indeferimento do pedido apresentado pelo presidente do
conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), no Supremo Tribunal Federal. Ele
pedia a anulação de uma decisão do 1º vice-presidente da Câmara, deputado
Waldir Maranhão (PP-MA), que determinava a retomada do caso desde o estágio
inicial do processo no Conselho.
O anúncio foi
feito pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG) que lamentou a decisão. “Eu quero
aqui, para a alegria de muitos, mas para a nossa tristeza, anunciar que
infelizmente nos não tivemos êxito no nosso mandado no Supremo”, disse.
Em sua decisão
liminar, a ministra Rosa Weber disse que o assunto é questão interna do
Legislativo. Ela determinou prazo de dez dias para Maranhão prestar mais
informações sobre o caso, que será analisado pela primeira turma do STF.
A reunião do
conselho começou com alguns deputados questionando a substituição de
integrantes do colegiado. O deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), aliado de
Cunha, assumiu o cargo de titular na vaga deixada pelo deputado Sérgio Brito
(PSD-BA).
Presidente do
conselho, José Carlos Araújo criticou a mudança promovida pelo líder de seu
partido, Rogério Rosso (PSD-DF). Para ele, a indicação deveria ter recaído
sobre um membro do PSD e não de outro partido.
“O líder do
meu partido quis indicar um deputado de outro partido e nem sequer chegou a me
consultar, fazendo com que meu partido fique desfalcado no conselho”,
protestou. “Não o respeito mais como líder. O que ele fez foi para que eu não o
respeitasse”, acrescentou Araújo.
Os membros do
Conselho de Ética são eleitos. Mas integrantes do colegiado reclamam que no
processo contra Cunha a regra de votação para a escolha dos integrantes vem
sendo descumprida.
Com a entrada
de João Carlos Bacelar, esta é a terceira alteração no colegiado desde a
instalação do processo. “É uma promiscuidade política que se instalou aqui no
conselho”, disse Delgado. “Três substituições do carnaval para cá. Olha que
festa!!”, completou.
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Dag Vulpi