O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (20) que a recuperação
econômica do país não depende apenas de medidas econômicas do governo, mas
também de ação política.
“O que eu acho
é que quando a gente tem crise a gente não fica discutindo crise, temos que
discutir saída da crise. Na minha opinião, não tem saída só econômica se não
discutir um pouco de política junto, só economia não resolve isso”, disse o
ex-presidente em entrevista a blogueiros.
Segundo Lula,
o governo tem que dar um sinal à população de que está em busca de retomar o
crescimento, “custe o que custar”.
“Acho que o
grande sinal que o governo tem que dar é esse: nós vamos retomar o crescimento
desse país custe o que custar”, disse. “Isso é necessário. É necessário porque
se a gente não tomar iniciativa, há uma estimativa de que o PIB [Produto
Interno Bruto] possa cair mais 3% em 2016”, acrescentou.
Consumo
e investimentos
Lula sugeriu
estimular o consumo das pessoas com menos recursos para movimentar o mercado
interno. “Se quiser salvar esse país, vamos colocar os pobres em cena outra
vez. Vamos ver como a gente pode ajudar a financiar os pobres para eles poderem
comprar algumas coisas. Para eles poderem ir a luta, e às compras, e acho que
isso é necessário”, disse.
O
ex-presidente também defendeu que o governo faça investimentos em
infraestrutura, mesmo que para isso seja necessário se endividar. “Termine o
Comperj [Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro], a Refinaria Abreu e Lima,
termine as ferrovias que começaram – muitas já estão em andamento – termine as
rodovias que começaram, faça as hidrelétricas que precisam ser feitas, as
linhas de transmissão que precisam ser feitas, as eólicas que precisam ser
feitas”, listou.
“Não tem
problema você aumentar a dívida em alguma coisa se for para construir um ativo
novo para gerar emprego novo, para gerar renda, para gerar desenvolvimento. Não
tem nenhum problema”, avaliou.
Lula destacou
que o menor índice de desemprego da história do país foi atingido em 2014, pela
presidenta Dilma Rousseff, e disse que ela tem condições de fazer o país voltar
a crescer e a gerar postos de trabalho. “Ela [Dilma] tem que saber que é
primazia dela chegar a 4,8% [de desemprego anual] e que tem que ser dela a
retomada do crescimento”, disse.
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Dag Vulpi